Aleitamento materno durante a pandemia de COVID-19: Experiência de uma Unidade de Neonatologia

Autores

  • Ana Sofia Vaz Serviço de Neonatologia, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universitário de Coimbra
  • Sara Figueiredo Serviço de Neonatologia, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universitário de Coimbra https://orcid.org/0000-0003-3977-9173
  • Adelaide Taborda Serviço de Neonatologia, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universitário de Coimbra https://orcid.org/0000-0001-5690-8024

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i3.21503

Palavras-chave:

aleitamento materno, covid-19, Neonatologia, SARS-CoV-2

Resumo

Introdução: A doença pelo novo coronavírus (COVID-19) originou uma crise de saúde global, desafiando a abordagem de mães e recém-nascidos. A falta de evidência robusta acerca dos efeitos da infeção na gravidez e no recém-nascido colocou em causa práticas estabelecidas, como o alojamento conjunto e o aleitamento materno. Os autores apresentam os resultados do seguimento de recém-nascidos de mães com infeção por SARS-CoV-2 numa Unidade de Neonatologia de nível III, com especial enfoque no tipo de alimentação implementado.
Material e métodos: Foi realizado um estudo longitudinal baseado no registo de recém-nascidos de mães com infeção confirmada por SARS-CoV-2 durante sete meses (1 de abril─31 outubro 2020). As orientações da instituição foram atualizadas durante esse período. Foram registados dados obstétricos e neonatais e efetuado o seguimento da mãe e recém-nascido durante o primeiro mês após a alta através de teleconsulta semanal.
Resultados: Catorze díades de recém-nascidos/mães SARS-CoV-2-positivas foram abordadas de acordo com as orientações clínicas vigentes na instituição. Na alta, metade dos recém-nascidos encontrava-se a receber aleitamento materno exclusivo e outra metade leite de fórmula (quase todos devido à separação inicial entre mãe e recém-nascido). A 1 mês de seguimento, 71% dos recém-nascidos estavam sob aleitamento materno, 80% dos quais em exclusivo.
Discussão: As taxas de aleitamento materno na alta foram influenciadas pela fase de abordagem da instituição. Um mês após a alta, estas taxas foram inferiores a alguns resultados nacionais, possivelmente refletindo dificuldades no apoio ao aleitamento materno durante a pandemia.
Conclusão: O apoio e promoção do aleitamento materno de forma contínua deve ser uma preocupação das equipas de saúde, mesmo em tempos desafiantes como os da pandemia.

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Publicado

2022-10-19

Como Citar

1.
Vaz AS, Figueiredo S, Taborda A. Aleitamento materno durante a pandemia de COVID-19: Experiência de uma Unidade de Neonatologia. REVNEC [Internet]. 19 de Outubro de 2022 [citado 12 de Fevereiro de 2025];31(3):206-11. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/21503