Hemocultura positiva e sépsis neonatal – Casuística de cinco anos

Autores

  • Adriana Ferreira Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
  • Eulália Sousa Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0001-8292-6971
  • Joaquim Freitas Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0003-1754-0946
  • Mariana Viana Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0002-9147-9736
  • Filipa Miranda Unidade de Neontaologia, Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0003-3137-9001
  • Francisco Pereira da Silva Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i2.23899

Palavras-chave:

hemocultura, recém-nascido, sensibilidade antimicrobiana, sépsis

Resumo

Introdução: A sépsis neonatal continua a ser uma das principais causas de mortalidade e morbilidade neonatal. Dado que os microrganismos etiológicos responsáveis predominantes variam entre regiões e ao longo do tempo, torna-se essencial conhecer a epidemiologia local. O objetivo deste estudo foi caracterizar os doentes com hemocultura positiva e apresentação clínica compatível com sépsis internados numa Unidade de Neonatologia e identificar possíveis fatores de risco e agentes microbianos envolvidos e respetivas sensibilidades.
Métodos: Estudo retrospetivo descritivo de dados clínicos de doentes com hemocultura positiva e apresentação clínica compatível com sépsis internados na Unidade de Neonatologia de um hospital de nível II ao longo de cinco anos (2014-2018)..
Resultados: Foram identificados 73 casos de sépsis confirmados por hemocultura, 51 (69,9 %) dos quais correspondentes a recém-nascidos com baixo peso e 52 (71,2%) a recém-nascidos pré-termo. A maior parte dos casos era relativa a sépsis tardia (60; 82,2%). Os microrganismos mais frequentemente identificados foram Sthapylococcus coagulase-negativos (55; 75,3%), principalmente associados a sépsis tardia. Os principais responsáveis por sépsis precoce foram Streptococcus do Grupo B e Escherichia coli. Não foram isolados Staphylococcus aureus resistentes a meticilina. Os Sthapylococcus coagulase-negativos apresentaram elevadas taxas de resistência aos antibióticos beta-lactâmicos.
Conclusões: Os resultados obtidos documentam a epidemiologia local de sépsis neonatal, caracterizada por elevada frequência de sépsis tardia associada a microrganismos nosocomiais. Os Sthapylococcus coagulase-negativos são resistentes à maioria dos antibióticos mais frequentemente utilizados, sendo necessária a utilização de vancomicina nestes casos. É urgente implementar protocolos eficazes de prevenção e controlo de infeções nosocomiais para diminuir a incidência, mortalidade e morbilidade de sépsis neonatal e a utilização de antibióticos de largo espetro.

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

1.
Ferreira A, Sousa E, Freitas J, Viana M, Miranda F, Pereira da Silva F. Hemocultura positiva e sépsis neonatal – Casuística de cinco anos. REVNEC [Internet]. 30 de Junho de 2022 [citado 20 de Agosto de 2024];31(2):106-14. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/23899

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