Transferências Inter-Hospitalares de Adolescentes a partir de uma Urgência Pediátrica

Autores

  • Cláudia Arriaga Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria
  • Mónica Jerónimo Serviço de Pediatria do Hospital Pediátrico Carmona da Mota
  • Alexandra Luz Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria
  • Pascoal Moleiro Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i1.8571

Palavras-chave:

adolescentes, especialidades, falta de recursos, transferência inter-hospitalar

Resumo

Introdução: A Rede de Referenciação Materno-Infantil, estabelecida em Portugal desde 2001, permite uma complementaridade no atendimento e apoio entre unidades prestadoras de cuidados, garantindo o acesso universal aos cuidados de saúde.

Objetivo: Caraterização das transferências inter-hospitalares de adolescentes a partir da Urgência Pediátrica (UP) de um hospital de tipologia B1.

Material e Métodos: Estudo retrospetivo analítico. Consultaram-se os registos dos episódios de urgência dos adolescentes transferidos da UP, em 2011. Definiram-se e compararam-se dois grupos etários: dos 10 aos 14 anos (G1) e dos 15 aos 18 anos (G2), caraterizando as transferências quanto à demografia, diagnóstico, exames complementares e motivo de transferência. A análise estatística foi efetuada com recurso ao programa PASW 18.0® (p<0,05).

Resultados: Registaram-se 43.409 admissões na UP, sendo que 24,2% (n=10.498) eram adolescentes, com idade média de 14,5 (±2,1) anos, sendo 67% do sexo masculino. Foram transferidos 1,2% (n=131) dos adolescentes, correspondendo a 46% do total de transferências. Dos adolescentes admitidos, 65,8% pertenciam ao G1 e dos transferidos 57,3 % pertenciam ao G2 (p< 0,001). Nos transferidos, registou-se patologia traumática em 45%, médica em 37,4% e cirúrgica em 17,6%. Os principais diagnósticos de saída pertenciam a patologia otorrinolaringológica (ORL), urológica e psiquiátrica. Realizaram-se exames complementares de diagnóstico em 42,7%, 82,1% dos quais imagiológicos. A falta de especialidades, em regime de urgência, no hospital de origem foi o motivo de transferência em 90,8%, e a especialidade em falta foi cirúrgica em 72,2%. A patologia psiquiátrica foi mais frequentemente diagnóstico de saída no G2 (22,7% versus 9,1%, p=0,037). Dos adolescentes transferidos para o hospital de nível A1 ficaram internados 28,2%.

Conclusões: Embora totalizando um quarto do movimento da UP, os adolescentes representaram uma importante percentagem de transferências, predominantemente os mais velhos. Transferiram-se maioritariamente por falta de especialidades na UP, nomeadamente ORL e Pedopsiquiatria.

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Referências

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Publicado

2016-02-22

Como Citar

1.
Arriaga C, Jerónimo M, Luz A, Moleiro P. Transferências Inter-Hospitalares de Adolescentes a partir de uma Urgência Pediátrica. REVNEC [Internet]. 22 de Fevereiro de 2016 [citado 6 de Agosto de 2024];24(1):8-11. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/8571

Edição

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