Dificuldade respiratória neonatal… um caso para Oftalmologia?

Autores

  • Carolina Gonçalves Serviço de Pediatria, Departamento da Pediatria, Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Santa Maria
  • Ana Vaz Unidade Funcional de Neonatologia, Departamento da Mulher e da Criança, HPP Hospital de Cascais
  • Maria Eduarda Reis Unidade Funcional de Neonatologia, Departamento da Mulher e da Criança, HPP Hospital de Cascais

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v23.i3.8698

Palavras-chave:

Canal lacrimo-nasal, congénito, dacriocistocelo, obstrução, recém-nascido

Resumo

Introdução: O dacriocistocelo congénito é uma obstrução rara do canal lacrimo-nasal no recém-nascido, que pode dar sintomatologia precoce. A fisiologia deve-se à obstrução proximal e distal do canal lacrimo-nasal. A apresentação clínica é variada e inclui formações quísticas, infetadas ou não, dificuldade na amamentação ou respiratória. A apresentação clássica é uma massa quística de coloração azulada, abaixo do epicanto interno. O diagnóstico correto implica exames complementares. A intervenção terapêutica está dependente da evolução clínica. O prognóstico é bom e geralmente não tem sequelas futuras.

Caso clínico: As autoras apresentam o caso de um recém nascido, internado por dificuldade respiratória de início no segundo dia de vida. Ao exame objetivo tinha sinais de dificuldade respiratória e lesão circinada de aspeto semelhante a hematoma no canto interno do olho esquerdo. Nesta localização houve desenvolvimento posterior de formação quística com sinais inflamatórios, com diagnóstico inicial de dacriocistite. Após realização de tomografia computorizada das órbitas mostrou tratar-se de um dacriocistocelo.

Conclusão: A dificuldade respiratória pode mesmo ser um caso oftalmológico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Levin AV, Wygnansky-Jaffe T, Forte V, Buckwalter JA, Buncic JR. Nasal endoscopy in the treatment of congenital lacrimal sac mucoceles. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2003; 67:255-61.

Cavazza S, Laffi GL, Lodi L, Tassinari G, Dall’Olio D. Congenital dacryocystocele: diagnosis and treatment. Acta Otorhinolaryngol Ital 2008; 28:298-301.

Hain M, Bawnik Y, Warman M, Halperin D, Leiba H. Neonatal dacryocele with endonasal cyst: revisiting the management. Am J Otolaryngol 2011; 32:152-5.

Allali J. Lacrimal pathology in the infant and the child. Arch Pediatric 2010; 17:1609-16.

Álvaro B G, Esperanza G D, Eugenio P B. Dacriocele. Atlas Urgencias en Oftalmologia. Vol II. 1st. Barcelona: Editorial Glosa; 2003. p.280.

Mackenzie PJ, Dolman PJ, Stokes J, Lyons C J. Dacryocele diagnosed prenatally. Br J Ophthalmol 2008, 92:437-38.

Helper KM, Woodson GE, Kearns DB. Respiratory distress in the neonate. Sequela of a congenital dacryocystocele. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 1995; 121:1423-5.

Varnell H, Friedman NR, Shea C, Jones MD Jr. An unusual cause of neonatal respiratory distress. J Perinatol 2003; 23:688-90.

Wong RK, VanderVeen DK. Presentation and management of congenital darcryocystocele. Pediatrics 2008; 122:1108-12.

Paysse EA, Coats DK, Bernstein JM, Go C, de Jong AL. Management and complications of congenital dacryocele with concurrent intranasal mucocele. J AAPOS 2000; 4:46-53.

Shashy RG, Durairaj V, Holmes JM, Hohberger GG, Thompson DM, Kasperbauer JL. Congenital Dacryocystocele associated with intranasal cysts: diagnosis and management. Laryngoscope 2003; 113:37-40.

Downloads

Publicado

2016-03-01

Como Citar

1.
Gonçalves C, Vaz A, Reis ME. Dificuldade respiratória neonatal… um caso para Oftalmologia?. REVNEC [Internet]. 1 de Março de 2016 [citado 12 de Fevereiro de 2025];23(3):155-7. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/8698

Edição

Secção

Casos Clínicos