Ética nas decisões sobre o fim da vida – a importância dos cuidados paliativos
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i4.9910Palavras-chave:
Cuidados paliativos, decisões sobre o fim de vida, dor, ética, medicina curativa, paciente, princípios bioéticos, sofrimento humano, testamento vitalResumo
Quando a Medicina Curativa já não produz qualquer alteração no quadro clínico de um paciente, cujo estado de irreversibilidade é definitivo, torna-se urgente dar assistência àqueles que se encontram em fase final de vida. E porque, não raras as vezes, são acompanhados de uma enorme dor e sofrimento que contribuem para a perda de qualidade de vida, a Medicina Paliativa procura travá-los. Os Cuidados Paliativos existem enquanto conjunto interdisciplinar direcionado para o acompanhamento continuado do doente terminal. São uma resposta ética, médica e psicológica face às necessidades últimas do estado do paciente. Mas não podem nunca ultrapassar o limite da dignidade do ser humano e as suas escolhas. Isto é, é admissível sim que se mantenha a qualidade de vida mas não quando os esforços são desproporcionais e inúteis e contrariam em absoluto o previsto, por exemplo no Testamento Vital do paciente. Em Portugal a Medicina Paliativa tem vindo progressivamente a ganhar espaço, físico (crescente número de unidades de cuidados paliativos espalhadas pelo país) mas também ao nível da consciencialização dos governantes (para assegurar a proliferação e assistência logística aos cuidados paliativos). Pretende-se que o doente terminal, independentemente das suas condições económicas e sociais, possa aceder à Medicina Paliativa e ser sujeito pleno do direito à saúde. Os princípios bioéticos da Autonomia, Beneficência, Não -Maleficência e Justiça compadecem-se com os cuidados paliativos a que cada doente aceita submeter-se, a que tem o direito de aceder para maximizar os benefícios do tratamento e minimizar os danos.
Downloads
Referências
Serrão D, Nunes R. Ética em Cuidados de Saúde: ética das
atitudes médicas em relação ao processo de morrer. Autor;
p. 86.
Moura C. A inevitabilidade da morte e o cuidar em fim de
vida: entre a Filosofia e a Bioética. Coisas de Ler; 2011. p.
-3.
Nunes R, Rego G, Duarte I (coord). Eutanásia e outras ques-
tões éticas no fim da vida. Coimbra: Gráfica de Coimbra 2;
p. 86 e 92.
Hall S, Petkova H, Tsouros AD, Constantini M, Higginson
IJ. Palliative Care for Older People: Better Practices. WHO.
Disponível em: http://www.euro.who.int/__data/assets/
pdf_file/0017/143153/e95052.pdf.
Brito AJSL, Rijo JMSL. Estudo jurídico da eutanásia em Por-
tugal: direito sobre a vida ou direito de viver?. Coimbra: Alme-
dina; 2000. p. 11, 13, 34, 54, 78 -9.
Mappes TA, Zembaty JS. Biomedical Ethics. 3th Ed.
MacGraw -Hill; 1991. Ch. 7, p. 398 -9.
Recomendações para a Organização de Serviços de Cuida-
dos Paliativos – ANCP 2006. Disponível em: http://www.apcp.
com.pt/uploads/recomendaesorganizaodeservios -apcp.pdf
WHO. Integrated Management of Adolescent and Adult Ill-
ness. Palliative Care: symptom management and end -of -life
care. Junho, 2004. Disponível em: http://www.who.int/hiv/
pub/imai/genericpalliativecare082004.pdf
OECD Factbook 2009: Economic, Environmental and Social
Statistics. OECD Publishing. 2009. Disponível em: http://
www.keepeek.com/Digital -Asset -Management/oecd/eco-
nomics/oecd -factbook -2009/population -aged -65 -and -over_
factbook -2009 -table4 -en
Estratégia para o Desenvolvimento do Programa Nacional de
Cuidados Paliativos. Plano da Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados 2011 -2013. Unidade de Missão para
os Cuidados Continuados Integrados. Dezembro, 2010. Dis-
ponível em: http://www.rncci.min -saude.pt/SiteCollectionDo-
cuments/cuidadospaliativos_1 -1 -2011.pdf
Dec. Lei Nº 101/2006, de 6 de junho, in Drep nº 109. Série I
–A de 6/6/2006. Disponível em: www.dre.pt
Cuidados Paliativos: um Direito Humano (Carta de Praga).
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos. Disponível
em: http://www.apcp.com.pt/noticias/cuidados -paliativos -um-
-direito -humano -carta -de -praga.html.
SOL. Cuidados Paliativos não chegam a 10% dos pacientes
necessitados. Abril, 2013. Disponível em: http://sol.sapo.pt/
inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=72488
Pessini L, Barchifontaine CP. Problemas Actuais da Bioética.
ª ed. São Paulo: Edições Loyola e Editora do Centro Univer-
sitário São Camilo; 2002. p. 257 e ss.
Gavicagogeascoa MI. Futilidade terapêutica. In: Urban CA.
Bioética Clínica. Rio de Janeiro: Revinter; 2003. Cap. 54, p.
Parecer N.º P/05/APB/06 Sobre as Directivas Antecipadas
de Vontade. Relatores: Helena Melo e Rui Nunes. Pp. 6. Dis-
ponível em http://www.apbioetica.org
Hastings Center Project Group on the Termination of Tre-
atment. Treatment Decisions for Incompetent Adults. Iden-
tifying the key decision maker and making the decision. In:
Mappes TA, Zembaty JS (ed). Biomedical Ethics. 3th Ed. New
York: MacGraw -Hill; 1991. Ch 6, p. 347 -8.
Urban CA, Simon A, Bardoe W, Silva IM. Ordens de não-
-reanimação. In: Urban CA. Bioética Clínica. Rio de Janeiro:
Revinter; 2003. Cap. 55, p. 524.
Barbosa A. Bioética e Cuidados Paliativos. In: Barbosa A,
Neto I (ed). Manual de Cuidados Paliativos. Núcleo de Cuida-
dos Paliativos, Centro de Bioética da Faculdade de Medicina
de Lisboa. 19ª Ed. Maiadouro; 2006. p. 44.
Jonsen AR. The Belmont Report: Ethical Principles and Gui-
delines for the Protection of Human Subjects of Research.
In: Jonsen AR, Veatch RM, Walters LR (ed). Source Book in
Bioethics: A Documentary History. Washington, DC: George
Town University Press; 1998. p. 22 -8.
Beauchamp TL, Childress JF. Principios de Ética Biomédica.
Barcelona: Masson; 2002.
Beauchamp TL, Childress JF. El Respeto a la Autonomia. In:
Beauchamp TL, Childress JF. Princípios de Ética Biomédica.
Barcelona: Masson; 2002. p. 113 -78.
Beauchamp TL, Childress JF. Beneficencia. In: Beauchamp
TL, Childress JF. Principios de Ética Biomédica. Barcelona:
Masson; 2002. p. 266 -7.
Beauchamp TL, Childress JF. Justicia. In: Beauchamp TL,
Childress JF. Principios de Ética Biomédica. Barcelona: Mas-
son; 2002. p. 311 -78.
Holland S. Advance Directives. In: Holland S. Bioethics: a
philosophical introduction. Cambridge: Polity Press; 2003.
Cap. 7, p. 127.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.