Clima organizacional no contexto de trabalho de enfermeiros do ACES X
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir024.24025Palavras-chave:
Clima Organizacional, Cuidados de Saúde Primários, Agrupamento de Centros de Saúde, nidades de Saúde, EnfermeirosResumo
INTRODUÇÃO
O Clima Organizacional (CO) é considerado um instrumento de gestão estratégica, deriva das interações, interpretações e perceções dos trabalhadores de uma organização, sendo influenciado por variáveis de contexto, estrutura e processo. Quando é motivador e direcionado para os objetivos organizacionais, influencia a eficácia organizacional.
OBJETIVOS
Determinar o CO em contexto de trabalho dos enfermeiros de um Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) e identificar a influência de variáveis sociodemográficas e profissionais na perceção do clima organizacional.
MÉTODOS
Estudo quantitativo, analítico e descritivo, de corte transversal, cuja colheita de dados foi obtida pelo preenchimento de questionário online por 121 enfermeiros em exercício, taxa de resposta de 62,0%, amostra predominantemente feminina (81,8%). O Instrumento de Colheita de Dados incluía questões de caracterização sociodemográfica, profissional e organizacional. A avaliação do CO foi efetuada através da Escala de Avaliação do Clima Organizacional Work Environment Scale, traduzida e adaptada para a população portuguesa por Louro (1995)[1].
RESULTADOS
A maioria dos enfermeiros possui licenciatura (72,7%) e 24% grau de mestre, com tempo médio de serviço em enfermagem de cerca de 18 anos (Dp=8,85). Trabalhavam 40,5% em Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e 37% em USF. A maioria dos enfermeiros perceciona o CO como muito agradável e agradável com 25,6% e 49,6% respetivamente enquanto 24,8% o considera pouco agradável.
As mulheres revelam perceção mais positiva do Clima Organizacional face aos homens, (Média=63,96) e efeito significativo nas subescalas, Orientação para a tarefa; Pressão para o trabalho e na Inovação. A perceção do CO foi influenciada significativamente pelo Tipo de Unidade onde os enfermeiros trabalham (X² =11,937; p=0,018), destacando-se as Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) com uma perceção mais agradável do CO (Média= 82,41).
CONCLUSÕES
O estudo salienta a necessidade de promoção de uma maior articulação entre as várias unidades que constituem o ACES e a continuidade da consolidação da reforma dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), como forma de redução das assimetrias sentidas pelos profissionais de enfermagem deste Agrupamento de Centros de Saúde.
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Referências
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