O respeito pela dignidade dos profissionais de saúde do serviço de medicina intensiva
Resumo
Introdução: O cuidado à pessoa em situação critica, num ambiente altamente tecnológico, requer uma abordagem integradora e humanizada.1 Para desenvolver esta abordagem, os profissionais de saúde, também precisam que as suas dignidades e condições humanas sejam respeitadas. Contudo, as necessidades dos profissionais como pessoas são frequentemente esquecidas e o cuidado de si mesmos desconsiderado. Factos que precisam ser valorizados.
Objetivos: Refletir sobre as experiências vivenciadas pelos Profissionais de Saúde do Serviço de Medicina Intensiva (SMI).
Material e Métodos: Estudo de abordagem reflexiva com base numa revisão bibliográfica e nas experiências vivenciadas no campo de atuação.
Resultados: Na luta constante pela vida das pessoas internadas no SMI, os profissionais de saúde vivenciam um ritmo de trabalho intenso, momentos de grande pressão, exigência de rapidez de atuação, preocupação e incerteza. As mudanças na constituição da equipa e organização do serviço, nem sempre permitem criar a sincronia no agir, estratégias de resposta comuns, partilhadas e orientadas num mesmo sentido. Em muitos momentos prevalece a exaustão emocional, a sensação de vazio pela dificuldade em lidar não apenas com a morte e o sofrimento do outro, mas também, com as próprias perdas, sejam de familiares, pessoas amigas, ou colegas de trabalho. Estes resultados são apoiados pela literatura que destaca sentimentos de impotência, culpa, fracasso, esgotamento e desmotivação.1,2 Sublinha igualmente, que os profissionais de saúde precisam resgatar o autocuidado e aproximação de si mesmos como pré-requisitos para o cuidado eficiente do outro no contexto intensivo.1,2
Conclusões: Perante as perdas que deixam marcas profundas, os profissionais do SMI mantêm o seu sentido de responsabilidade, coragem e determinação em cumprir a sua missão de cuidar de forma solidária, criativa, competente e inspiradora, as pessoas doentes e seus familiares. Contudo, também precisam de atenção, de amparo psicológico e apoio dos seus superiores hierárquicos, para se fortalecerem e superarem as suas fragilidades.1
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