Turismo gastronómico e controle aduaneiro na frontera entre Brasil e Argentina
DOI:
https://doi.org/10.57883/thij12(1)2019.30487Palavras-chave:
Turismo, Fronteira, Gastronomia, AduanaResumo
A Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina com suas respectivas cidades Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, possui fluxos de pessoas, capitais e mercadorias visivelmente instituídos, sendo que na Argentina a principal atração fica por conta da gastronomia local. O turismo gastronômico tem sido fabricado por meio de pacotes de viagens, mídias sociais e revistas especializadas ao destacarem a consumação de jantares em Puerto Iguazú, regado à produtos construídos como típicos, ou ainda, visita aos comércios gastronômicos para aquisição de produtos locais. Para que o turismo ocorra é necessário o deslocamento, e o cruzar a fronteira pode ser facilitado, como é o caso da aduana brasileira, ou não, como ocorre na aduana argentina, praticamente blindando a fronteira. Com base neste contexto, objetiva-se discutir como mecanismos de controle imbricados em relações de poder podem gerar interferências ao turismo em Puerto Iguazú, e consequentemente em Foz do Iguaçu. A metodologia baseou-se em revisão bibliográfica e observação participante realizada durante a coleta de dados da dissertação de uma das autoras, referentes à insatisfação com a espera nas filas; frustração e desistência; cobrança de taxas para sair de Puerto Iguazú; discursos de que deveria ser solicitada documentação dos argentinos na aduana brasileira, como aos brasileiros é solicitada na aduana argentina. Espera-se que este estudo possa fomentar a discussão de que o controle de pessoas em aduanas pode interferir diretamente nas atividades econômicas de cidades fronteiriças, dentre estas, o turismo e a gastronomia.
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