INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v7.i1.18310Palavras-chave:
AHP, fábrica de rações, multicritério, priorização de alternativas, problemas de decisãoResumo
Este artigo visa apresentar um caso de estudo de um problema de decisão real, com o objetivo principal de auxiliar uma empresa de produção animal sobre a instalação uma nova fábrica de produção de rações.
Na avaliação das diversas alternativas, as organizações procuram critérios claros, objetivos e, se possível, representados matematicamente. No entanto, a tomada de decisão envolve um processo mental cognitivo resultante da seleção do curso de ação mais adequado, baseado em vários critérios tangíveis e intangíveis (Saaty, 2000), arbitrariamente escolhidos por quem toma a decisão. Para além dos diferentes critérios, temos ainda a participação de vários decisores com um objetivo comum, caracterizado pela escolha do melhor local que garanta o maior crescimento da empresa. Diversos métodos foram desenvolvidos para auxiliar a decisão neste cenário.
No caso descrito, foi usado um desses métodos – a saber, AHP (Analytic Hierarchy Process) -, para hierarquizar os locais possíveis de instalação da nova fábrica, de entre as seguintes localidades: Carregado, Benavente e Covilhã.
Em 1980, o professor L. Saaty da Universidade de Pittsburgh, criou o AHP, que permite o uso de critérios qualitativos e/ou quantitativos no processo de avaliação. Este método começa com a construção de uma árvore de decisão onde ficam definidos critérios, subcritérios e as várias alternativas disponíveis para alcançar o objetivo previamente definido. Numa segunda etapa, os critérios são comparados entre os vários elementos do mesmo nível da hierarquia, usando a matriz criada pelo autor - Escala Fundamental de Saaty –, com valores de 1 a 9, consoante a sua relevância, sendo o 1 de igual importância e o 9 de importância absoluta. A terceira etapa do modelo consiste no cálculo da prioridade relativa de cada critério e na análise da consistência dos julgamentos dos decisores (ou seja, na coerência das suas respostas/ comparações). Como resultado da etapa final é obtida a matriz de prioridade composta para as diversas alternativas, que espelha uma hierarquização das mesmas, ao nível da decisão a considerar.
De acordo com Forman e Peniwati (1998), o comportamento do grupo de decisores é um fator que determinará a forma como as informações serão analisadas e agregadas. No caso do grupo que atua como uma unidade (quando indivíduos de um grupo desejam acima de tudo o bem da organização que representam, a despeito de suas próprias preferências, valores e objetivos, eles agem em sintonia e realizam os seus julgamentos de modo a que o grupo se comporte como um novo indivíduo) utiliza-se uma variante do AHP conhecida como Agregação Individual de Julgamentos (AIJ). Já para grupos que preferem manter a análise individual, existe a Agregação Individual de Prioridades (AIP). Em ambos os casos pode-se atribuir diferentes pesos aos decisores no processo ou então considerá-los num mesmo grau de importância para a decisão, sendo esta sempre tratada matematicamente.
Na aplicação do AHP ao caso em estudo, dois decisores consideraram 3 critérios subdivididos em vários subcritérios: implementação (subcritérios: distância aos fornecedores, custo de instalação e distância aos clientes atuais), mão de obra (subcritérios: disponibilidade e qualificação) e incentivos fiscais (subcritérios: segurança social e derrama). Em termos de decisão em grupo optou-se pelo consenso dos decisores, ou seja, usando a agregação individual de julgamentos (AIJ).
A aplicação deste método a este caso real permitiu criar um modelo de análise e de apoio à decisão, constituindo mais uma ferramenta num processo de decisão complexo.
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