A Ascensão e Queda da Pressão Venosa Central como Parâmetro de Monitorização: Uma Análise Fisiológica dos Fatores Implicados
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.7114Palavras-chave:
Monitorização Intraoperatória, Pressão Venosa Central, Reprodutibilidade dos ResultadosResumo
Introdução: A pressão venosa central (PVC) é utilizada há décadas para guiar a fluidoterapia em pacientes graves. Contudo, há muito que se vêm acumulando estudos e meta-análises que cada vez mais colocam em causa a sua real utilidade. No presente artigo procurámos verificar a validade dos postulados fisiológicos que levaram à sua implementação clínica.
Material e Métodos: Foi feita uma revisão (não sistemática) da literatura para definir o verdadeiro significado fisiológico da PVC. Para tal efectuámos uma pesquisa na PubMed utilizando as expressões ”central venous pressure” e ”fluid therapy”, seguindo-se a utilização de uma estratégia em árvore para incluir algumas das referências presentes nos artigos mais relevantes.
Resultados: Diferentes artigos e meta-análises demonstram que a PVC não é um bom marcador de pré-carga, não conseguindo prever a resposta do indivíduo a um bólus de fluidos. Os pressupostos fisiológicos em que assenta não têm em linha de conta alterações cardiovasculares dinâmicas que ocorrem no organismo como um todo.
Discussão e Conclusão: A evidência acumulada na literatura mostra não só que não devemos confiar na PVC como guia para fluidoterapia, mas também que a sua utilização parte de pressupostos fisiológicos que não se encontram totalmente correctos. Contudo, verificamos que esta ainda é recomendada nalgumas guidelines internacionais, sendo previsível que só se consigam mudar hábitos instituídos quando estiverem devidamente difundidas alternativas a este método que sejam válidas, baratas e globalmente disponíveis, nomeadamente as dependentes da utilização de índices dinâmicos de pré-carga.
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