Atletas transexuais e a sua inclusão no desporto de alto rendimento.
Serão ss políticas desportivas inclusivas e justas para todos?
DOI:
https://doi.org/10.6063/motricidade.31791Palavras-chave:
Equidade, Inclusão, Género, Desporto de rendimentoResumo
Recentemente, tem havido muito debate sobre a inclusão de atletas transexuais em competições de elite. A população trans na Europa e no mundo está aumentando e com ela também o número de atletas trans. Assim, a definição de políticas desportivas deve estabelecer oportunidades de conciliação, inclusão e justiça, para evitar conflitos futuros. A participação de transgéneros no desporto tornou-se um tema atual e delicado. Se, por um lado, há um desejo de inclusão e de assumir a diversidade como algo positivo, incentivando a participação, por outro, corremos o risco de prejudicar, e até mesmo destruir, a competitividade das mulheres no desporto de alto rendimento, algo que deve ser protegido. Neste artigo de opinião, são analisadas as barreiras ambientais e sociais à participação desportiva de atletas transexuais, bem como as diferenças biológicas relacionadas com o desempenho. O quadro técnico sobre equidade, inclusão e não discriminação com base na identificação de género e variações sexuais deve permitir um ambiente seguro e acolhedor para todos, consistente com os princípios consagrados na Carta Olímpica. Como é competência de cada desporto e do seu órgão regulador determinar como um atleta pode estar em vantagem em relação aos seus pares, considerando a natureza da modalidade, os critérios de elegibilidade para cada desporto específico devem assegurar e garantir a equidade, principalmente no desporto de ato rendimento na categoria feminina. Todas as pessoas têm o direito de praticar desporto sem discriminação e respeitando a sua saúde, segurança e dignidade. Ao mesmo tempo, a credibilidade dos desportos competitivos – e particularmente das competições desportivas organizadas de elite – depende de um campo de jogo nivelado, em que nenhum atleta terá uma vantagem injusta e desproporcional sobre os seus pares. A população mundial está em constante mudança e os desportos de alto rendimento devem refletir essas mudanças. Isto é especialmente relevante para a comunidade de atletas transgéneros, pois devem ser incluídos em competições desportivas de forma justa e inclusiva. Mais pesquisas são necessárias para determinar quais as vantagens que os atletas transgéneros, particularmente mulheres transgéneras, podem ter em desportos competitivos. Uma parte de algo mais amplo em termos sociais. Inclusão sim, mas com critério. Todos têm direito à sua identidade de género. Mas não têm direito a vantagens sociais, neste caso no desporto de alto rendimento, só porque as assumem. Esta questão necessita ser melhor esclarecida, antes de se fazerem declarações políticas definitivas sobre a inclusão ou exclusão de atletas transgéneros no desporto de alto rendimento.
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