Pele escura – constitucional ou Patológica? Um caso clínico de Adrenoleucodistrofia ligada ao X

Autores

  • Clara Preto Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
  • José Eduardo Alves Serviço de Neurorradiologia, Centro Hospitalar do Porto
  • Marcelo Fonseca Serviço de Endocrinologia Pediátrica, Hospital Pedro Hispano, Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Manuela Santos Serviço de Neuropediatria, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
  • Natalina Miguel Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v27.i3.12753

Palavras-chave:

Adrenoleucodistrofia ligada ao X, desmielinização cerebral, insuficiência supra-renal, pele escura

Resumo

Introdução: A adrenoleucodistrofia ligada ao X é uma doença peroxissomal geneticamente determinada.
Caso clínico: Criança de 11 anos, encaminhada para a consulta de Pediatria por hiperpigmentação generalizada com início aos seis anos de idade. Apresentava comportamento regressivo e diminuição do desempenho escolar desde os dez anos. Documentada história de hiperpigmentação cutânea num tio materno. Os exames laboratoriais foram compatíveis com insuficiência suprarrenal. A Ressonância Magnética Cerebral revelou leucoencefalopatia frontal. A concentração plasmática elevada de ácidos gordos de cadeia muito longa e a sequenciação do gene ABCD1 permitiram a confirmação do diagnóstico de Adrenoleucodistrofia ligada ao X. O estado geral da criança melhorou com o tratamento sintomático; no entanto a deterioração progressiva da função cognitiva manteve-se.
Discussão/Conclusão: O diagnóstico e tratamento precoce desta condição rara é muito importante, uma vez que pode mudar o curso da doença. Neste caso clínico, dada a gravidade do envolvimento neurológico ao diagnóstico, não existe tratamento disponível que seja eficaz na interrupção da progressão da doença neurológica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Singh I, Pujol A. Pathomechanisms Underlying X-Adrenoleukodystrophy: A Three-Hit Hypothesis. Brain Pathol 2010; 20(4):838-44.

Engelen M, Kemp S, Visser M et al. Clinical presentation and guidelines for diagnosis, follow-up and management. Orphanet Journal of Rare Diseases 2012; 7:51-64

Bezman L, Moser AB, Raymond GV et al. Adrenoleukodystrophy: incidence, new mutation rate, and results of extended family screening. Ann Neurol 2001; 49(4):512-17

Moser HW. Adrenoleukodystrophy: phenotype, genetics, pathogenesis and therapy. Brain 1997; 120:1485-508

Cappa M, Bizarri C, Vollono C, Petroni A, Banni S. Adrenoleukodystrophy. Endocr Dev 2011; 20:149-60.

Ronghe MD, Barton J, Jardine PE et al. The importance of testing for adrenoleucodystrophy in males with idiopathic Addison’s disease. Arch Dis Child 2002; 86:185-89

Dubey P, Raymond GV, Moser AB, Kharkar S, Bezman L, Moser HW. Adrenal insufficiency in asymptomatic adrenoleukodystrophy patients identified by very long-chain fatty acid screening. J Pediatr 2005; 146(4):528-32

Laureti S, Casucci G, Santeusanio F, Angeletti G, Aubourg P, Brunetti P. X-linked adrenoleukodystrophy is a frequent cause of idiopathic Addison's disease in young adult male patients. J Clin Endocrinol Metab 1996; 81(2):470-4

Van der Knaap MS, Valk J: X-linked adrenoleukodystrophy. In: Magnetic Resonance of Myelination and Myelin Disorders. Heilmann U (3rd edition). Berlin-Heidelberg-New York: Springer; 2005:176-90

Berger J, Pujol A, Aubourg P, Forss-Petter S. Current and Future Pharmacological Treatment Strategies in X Linked Adrenoleukodystrophy. Brain Pathol. 2010; 20(4):845-56

Moser HW, Moser AB, Smith KD et al. Adrenoleukodystrophy: phenotypic variability and implications for therapy. J Inherit Metab Dis 1992; 15:645-64

Mahmood A, Dubey P, Moser HW, Moser A. X-linked adrenoleukodystrophy: therapeutic approaches to distinct phenotypes. Pediatr Transplant 2005; 9 Suppl 7:55-62

Engelen M, Ofman R, Dijkgraaf MG, et al. Lovastatin in X-linked adrenoleukodystrophy. N Engl J Med 2010; 362:276-77

Moser HW, Moser AB, Hollandsworth K, Brereton NH, Raymond GV. "Lorenzo's oil" therapy for X-linked adrenoleukodystrophy: rationale and current assessment of efficacy. J Mol Neurosci 2007; 33(1):105-13

Moser HW, Raymond GV, Dubey P. Adrenoleukodystrophy: new approaches to a neurodegenerative disease. JAMA 2005; 294(24):3131-4

Downloads

Publicado

2018-10-17

Como Citar

1.
Preto C, Alves JE, Fonseca M, Santos M, Miguel N. Pele escura – constitucional ou Patológica? Um caso clínico de Adrenoleucodistrofia ligada ao X. REVNEC [Internet]. 17 de Outubro de 2018 [citado 10 de Fevereiro de 2025];27(3):191-5. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/12753

Edição

Secção

Casos Clínicos

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>