Prevenção de abusos sexuais em idade pré-escolar - conhecimentos e atitudes dos educadores
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v29.i2.16660Palavras-chave:
abuso sexual, educadores de infância, idade pré-escolar, prevençãoResumo
Introdução: O abuso sexual (AS) tem uma distribuição global e é transversal a todas as culturas e estratos socioeconómicos. Os educadores detêm uma posição privilegiada na sua prevenção e a abordagem em idade pré-escolar é viável e eficaz. O objetivo deste estudo foi caracterizar os conhecimentos, atitudes e formação dos educadores de infância face à prevenção de AS em idade pré-escolar.
Métodos: Estudo não experimental, transversal e exploratório, compreendendo 47 educadores de infância do concelho de Leiria, Portugal. Os dados foram recolhidos através da aplicação de um questionário elaborado pelos autores.
Resultados: A maioria dos educadores não teve formação sobre prevenção de AS. Cerca de metade considerou o seu grau de conhecimento sobre prevenção de AS razoável, embora 12,8% − maioritariamente educadores com menor tempo de docência − o tenha considerado fraco (50% vs 69.6% com ≥30 anos de docência que o consideraram razoável, p=0.03). A maioria dos participantes, particularmente educadores de infância mais velhos (92% vs 77%, p=0.03), concordou que a prevenção de AS deve integrar o currículo do ensino pré-escolar. A adaptação de conceitos para crianças nesta faixa etária foi um dos fatores apontados pela maioria dos inquiridos como um dos maiores desafios à implementação de programas de prevenção de AS. No entanto, 72,4% dos participantes considerou que alguns tópicos não são adequados para discutir com crianças em idade pré-escolar e 82,9% que a sua abordagem não é bem aceite pelos pais ou cuidadores.
Discussão: Estes resultados evidenciam várias dificuldades e formação limitada dos educadores de infância no âmbito da prevenção de AS. No entanto, a maioria revelou uma atitude positiva face à formação sobre prevenção de AS e inclusão deste conteúdo no currículo do ensino pré-escolar. Este estudo enfatiza a importância de investir em programas de formação dos educadores de infância nesta área.
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