Febre Q pediátrica. Um caso de difícil abordagem
Palavras-chave:
doxiciclina, febre Q aguda, febre Q pediátricaResumo
Introdução: A febre Q, uma zoonose causada por Coxiella burnetti, é relativamente rara em idade pediátrica. Em crianças, a doença é frequentemente assintomática ou com apresentação clínica ligeira.
Caso clínico: Uma criança do sexo masculino de quatro anos de idade com febre persistente, anemia grave e IgM positiva para Coxiella burnetti foi medicada com trimetoprim-sulfametoxazol e azitromicina, sem melhoria. Após confirmação da infeção por polymerase chain reaction, completou 14 dias de doxiciclina, com boa resposta. Onze meses depois, a criança permanece assintomática, sem sinais de doença.
Discussão: Apesar de ser habitualmente uma doença ligeira, a evolução clínica grave e falta de resposta à antibioterapia inicialmente instituída neste caso levaram à utilização de doxiciclina, um fármaco não consensual em idades mais jovens, com bons resultados. Novas recomendações sustentam o uso de doxiciclina por curtos períodos em todas as faixas etárias.
Downloads
Referências
Anderson A, Bijlmer H, Fournier PE, Graves S, Hartzell J, Kersh GJ, et al. Diagnosis and management of Q fever-United States, 2013: recommendations from CDC and the Q Fever Working Group. MMWR Recomm Rep 2013; 62:1.
Slok EN, Dijkstra F, de Vries E, Rietveld A, Wong A, Notermans DW, van Steenbergen JE. Estimation of acute and chronic Q fever incidence in children during a three-year outbreak in the Netherlands and a comparison with international literature. BMC Res Notes. 2015;8:456.
Maurin M, Raoult D. Q fever. Clin Microbiol Rev. 1999 Oct;12(4):518-53.
Maltezou HC, Raoult D. Q fever in children. Lancet Infect Dis 2002; 2:686–91.
Kampschreur LM, Dekker S, Hagenaars JC, Lestrade PJ, Renders NHM, de Jager-Leclercq MGL, et al. Identification of risk factors for chronic Q fever, the Netherlands. Emerg Infect Dis. 2012;18(4):563-70.
Santos AS. Febre Q: Do Diagnóstico à Investigação Ecoepidemiológica de Coxiella Burnetii no Contexto da Infeção Humana. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, 2015.
Santos AS, Bacellar F, França A. Febre Q: revisão de conceitos. Rev Port Med Interna. 2007;12(2):90-9.
Doenças de declaração obrigatória 2012-2015. Volume I – Portugal. Direção Geral da Saúde, Lisboa 2016. Available at: https://www.dgs.pt. Accessed 20 December 2018.
Raoult D. Treatment and prevention of Q fever. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. http://www.uptodate.com. Accessed on May, 2018.
Todd SR, Dahlgren FS, Traeger MS, Beltrán-Aguilar ED, Marianos DW, Hamilton C, et al. No visible dental staining in children treated with doxycycline for suspected Rocky Mountain Spotted Fever. J Pediatr. 2015;166(5):1246-51.
Pöyhönen H, Nurmi M, Peltola V, Alaluusua S, Ruuskanen O, Lähdesmäki T. Dental staining after doxycycline use in children. J Antimicrob Chemother. 2017;72(10):2887-90.
Gaillard T, Briolant S, Madamet M, Pradines B. The end of a dogma: the safety of doxycycline use in young children for malaria treatment. Malar J. 2017;16(1):148.
Kimberlin DW, Brady MT, Jackson MA, Long SS, eds. Red Book: 2018 Report of the Committee on Infectious Diseases. American Academy of Pediatrics; 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2021 Rafael Costa Figueiredo, Diana R. Monteiro, Ana Isabel Rebelo, Ana Azevedo, Sara Freitas de Oliveira, Susana Tavares
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.