Febre Q pediátrica. Um caso de difícil abordagem

Autores

  • Rafael Costa Figueiredo Serviço de Pediatria, Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Diana R. Monteiro Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Ana Isabel Rebelo Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Ana Azevedo Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Sara Freitas de Oliveira Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Susana Tavares Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga

Palavras-chave:

doxiciclina, febre Q aguda, febre Q pediátrica

Resumo

Introdução: A febre Q, uma zoonose causada por Coxiella burnetti, é relativamente rara em idade pediátrica. Em crianças, a doença é frequentemente assintomática ou com apresentação clínica ligeira.

Caso clínico: Uma criança do sexo masculino de quatro anos de idade com febre persistente, anemia grave e IgM positiva para Coxiella burnetti foi medicada com trimetoprim-sulfametoxazol e azitromicina, sem melhoria. Após confirmação da infeção por polymerase chain reaction, completou 14 dias de doxiciclina, com boa resposta. Onze meses depois, a criança permanece assintomática, sem sinais de doença.

Discussão: Apesar de ser habitualmente uma doença ligeira, a evolução clínica grave e falta de resposta à antibioterapia inicialmente instituída neste caso levaram à utilização de doxiciclina, um fármaco não consensual em idades mais jovens, com bons resultados. Novas recomendações sustentam o uso de doxiciclina por curtos períodos em todas as faixas etárias.

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Referências

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Publicado

2021-09-30

Como Citar

1.
Figueiredo RC, Monteiro DR, Rebelo AI, Azevedo A, de Oliveira SF, Tavares S. Febre Q pediátrica. Um caso de difícil abordagem. REVNEC [Internet]. 30 de Setembro de 2021 [citado 17 de Julho de 2024];30(3):179-82. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/17089

Edição

Secção

Casos Clínicos

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