Parotidite recorrente em crianças − casuística e revisão da literatura

Autores

  • Ana Raquel Mendes Serviço de Pediatria, Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto https://orcid.org/0000-0002-8310-2525
  • Liane Moreira Serviço de Pediatria, Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
  • Ângela Dias Serviço de Pediatria, Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
  • Andreia Lopes Serviço de Pediatria, Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
  • Ana Luísa Lobo Serviço de Pediatria, Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
  • Teresa São Simão Serviço de Pediatria, Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v30.i4.20543

Palavras-chave:

etiologia, parotidite recorrente, seguimento

Resumo

Introdução: A parotidite recorrente é definida como a ocorrência de dois ou mais episódios de inflamação da glândula parótida. Várias etiologias devem ser consideradas na abordagem a estes doentes. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil clínico, laboratorial e imagiológico de crianças com parotidite recorrente.

Material e Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos de doentes referenciados a uma consulta de Pediatria entre janeiro de 2013 e junho de 2018.

Resultados: Foram revistos os processos clínicos de 24 doentes com parotidite recorrente (66,7% do sexo masculino), com uma idade média de sete anos e cinco meses. A idade mediana de início dos episódios foi de cinco anos e três meses e predominaram os episódios unilaterais e não-febris. Foram universalmente utilizados anti-inflamatórios não-esteroides no tratamento sintomático. A heterogeneidade da glândula foi o padrão predominante na ecografia parotídea da fase não-aguda (57,1%). Foi realizada sialografia em cinco doentes, tendo sido sugestiva de parotidite crónica em dois e de síndrome de Sjögren syndrome/sarcoidose em um. Não foram identificados defeitos imunológicos significativos, exceto uma discreta diminuição do valor de C3 em um doente e de C4 em outro, sem relevância clínica. Foram identificados anticorpos antinucleares positivos num doente e défice de imunoglobulina A noutro. O diagnóstico final mais prevalente foi parotidite recorrente idiopática.

Conclusão: A maioria dos casos de parotidite recorrente em idade pediátrica é de etiologia benigna. Uma requisição mais criteriosa de exames complementares na fase aguda e não-aguda pode ser mais eficaz a nível de tempo e custos.

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Publicado

2021-12-27

Como Citar

1.
Mendes AR, Moreira L, Dias Ângela, Lopes A, Lobo AL, Simão TS. Parotidite recorrente em crianças − casuística e revisão da literatura. REVNEC [Internet]. 27 de Dezembro de 2021 [citado 1 de Julho de 2024];30(4):219-25. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/20543

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