Movimentos involuntários num adolescente

Autores

  • Mafalda Moreira Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
  • Diana Alba Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0002-1699-7664
  • Inês Paiva Ferreira Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0002-2559-0866
  • Cláudia Monteiro Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa https://orcid.org/0000-0002-8778-3356

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v33.i1.26494

Resumo

As síndromes extrapiramidais, como a distonia, a acatisia e o parkinsonismo, são doenças do movimento descritas como efeito adverso dos antipsicóticos em idade adulta. A sua utilização tem-se disseminado entre as crianças e, como tal, também este tipo de sintomas, principalmente associados aos fármacos de primeira geração. A paliperidona é um antipsicótico de segunda geração aprovado para o tratamento da esquizofrenia em adolescentes. É apresentado o caso de um adolescente de 12 anos do sexo masculino com transtorno disruptivo do comportamento admitido no Serviço de Urgência por protusão da língua, incapacidade de fala, reversão ocular e tremor involuntário desde o próprio dia. O rapaz estava cronicamente medicado com paliperidona, cuja dose tinha sido duplicada no mês anterior. Ao exame objetivo, apresentava distonia ocular e oromandibular e aumento do tónus cervical. Foi administrado biperideno, com total resolução da sintomatologia em cinco minutos. O tratamento com paliperidona foi descontinuado. Este caso demonstra que a prescrição de antipsicóticos, nomeadamente de segunda geração, deve ser criteriosa. Atendendo a que a sua utilização na infância tem aumentado, é importante que os pediatras estejam familiarizados com a apresentação clínica dos efeitos adversos associados a estes psicofármacos.

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Referências

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Publicado

2024-04-05

Como Citar

1.
Moreira M, Alba D, Paiva Ferreira I, Monteiro C. Movimentos involuntários num adolescente. REVNEC [Internet]. 5 de Abril de 2024 [citado 17 de Agosto de 2024];33(1):64-6. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/26494

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