Análise da taxa de cesarianas e das suas indicações utilizando a classificação em dez grupos
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v23.i3.8701Palavras-chave:
Dez grupos, indicação de cesariana, parto, sistema de classificação, taxa de cesarianaResumo
Introdução e objetivo: Foi efetuado um estudo observacional retrospetivo para analisar os motivos de cesariana e identificar os parâmetros obstétricos das mulheres a ela submetidas na nossa instituição em janeiro/fevereiro e junho/julho de 2011.
Material e Métodos: Foram revistos os processos clínicos destas mulheres, categorizadas nos dez grupos obstétricos propostos por Robson, baseados nos seguintes parâmetros: gestação simples/múltipla; nuliparidade/multiparidade/multiparidade com cesariana anterior, cefálico/não-cefálico; parto espontâneo/induzido/cesariana eletiva; parto de termo/pré-termo. Em cada grupo foram analisados os motivos de cesariana excepto os das gestações múltiplas.
Resultados: Ocorreram 1167 partos simples, 391 por cesariana, sendo a taxa de cesarianas 33,5% (36% eletivas). A cesariana foi mais frequente em nulíparas de termo com parto induzido e em mulheres com cesariana prévia. Durante o trabalho de parto o motivo mais comum nomeado pelo clínico foi o trabalho de parto estacionário, a incompatibilidade feto-pélvica e o estado fetal não tranquilizador. A apresentação fetal anómala motivou 4,4% da taxa de cesarianas, contributo superior ao da prematuridade (3%). Entre as multíparas de termo sem cicatriz uterina houve menor número de cesarianas.
Conclusões: A análise dos resultados obtidos sugere que evitar uma primeira cesariana e permitir o início espontâneo do trabalho de parto pode contribuir para o decréscimo a longo prazo da taxa de cesarianas. É fundamental um esforço coletivo para objetivar as suas indicações e que estas reflitam as orientações mais atualizadas relativas ao estado fetal não tranquilizador e ao trabalho de parto estacionário.
Downloads
Referências
Graça LM. Cesariana. In: Graça LM (ed). Medicina Materno-Fetal. 4ª ed. Lisboa: Lidel; 2010. p. 689-95.
Brennan DJ, Robson MS, Murphy M, O´Herlihy. Comparative analysis of international cesarian delivery rates using 10-group classifi cation identifi es signifi cant variation in spontaneous labor. Am J Obstet Gynecol 2009; 201:308. e1-8.
Barber EL, Lundsberg LS, Belanger K, Pettker C, Funai E, Illuzzi J. Indications contributing to the increasing caesarean delivery rate. Obstet Gynecol 2011; 118: 29-38.
Robson MS. Can we reduce the caesarean section rate? Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol 2001; 15:179-94.
Maternal, Infant, and Child Health – Objectives. Disponível em: http://www.healthypeople.gov/2020/topicsobjectives2020/objectiveslist.aspx?topicId=26 (acedido em: 13 de dezembro de 2012).
Relatório da Comissão para a Redução da Taxa de Cesarianas da Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. Disponível em: http://portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Conteúdos/GRP/Cesarianas (acedido em: 21 de outubro de 2013).
Robson MS. Classifi cation of cesarean sections. Fetal and Maternal Medicine Review 2001; 12:23-39.
Spong CY, Berghella V, Wenstrom KD, Brian M, Saade GR. Preventing the fi rst caesarean delivery. Obstet Gynecol 2012; 120:1181-93.
Algert CS, Morris J, Simpson J, Ford J, Roberts C. Labor before a primary cesarean delivery. Obstet Gynecol 2008; 112:1061-6.
Hannah ME, Hannah WJ, Hewson SA, Hodnett ED, Saigal S, Willan AR. Planned caesarean section versus planned vaginal birth for breech presentation at term: a randomised multicentre trial. The Lancet 2000; 356:1375-83.
Glezerman M. Five years to the term breech trial: the rise and fall of a randomized controlled trial. Am J Obstet Gynecol 2006; 194:20-5.
Hehir MP, O´Connor HD, Kent EM, Fitzpatrick C, Boylan PC, Coulter-Smith S, et al. Changes in vaginal breech delivery rates in a single large metropolitan area. Am J Obstet Gynecol 2012; 206:498.e1-4.
Grootscholten K, Kok M, Oei SG, Mol B, van der Post J. External Cephalic Version-related risks. Obstet Gynecol 2008; 112:1143-51.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright and access
This journal offers immediate free access to its content, following the principle that providing free scientific knowledge to the public provides greater global democratization of knowledge.
The works are licensed under a Creative Commons Attribution Non-commercial 4.0 International license.
Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal do not charge any submission or processing fee to the articles submitted.