Parto no domicílio em Portugal

das vivências das décadas de 40 a 60 do Século XX às recomendações atuais

Autores

  • Madalena Cunha CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu. CIEC, Universidade do Minho, Portugal https://orcid.org/0000-0003-0710-9220
  • Manuela Ferreira CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu
  • Graça Aparício CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu https://orcid.org/0000-0001-6149-062X
  • Isabel Bica CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu https://orcid.org/0000-0002-7019-0132
  • Estudantes do 26ºCLE, ESSV, IPV CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu

DOI:

https://doi.org/10.48492/servir0259.23087

Palavras-chave:

Parto normal, Parto no domicílio, Parteira

Resumo

Introdução

Em Portugal, nas décadas de 40 a 60, o parto era considerado como um “ato doméstico” realizado com ajuda de mulheres experientes na área. A falta de assistência especializada à gravidez e ao parto revelava- se nas elevadas taxas de mortalidade materna e neonatal, verificadas na época. O parto era um acontecimento que envolvia vários procedimentos e utensílios rudimentares e a ação de mulheres leigas designadas de parteiras.

A assistência no parto sofreu melhorias até aos dias de hoje, melhorando também a prestação de cuidados na área de saúde materna, obstétrica e neonatal. Em parceria com a evolução científica, atualmente o parto no domicílio está novamente a ser equacionada sobretudo por mulheres e profissionais defensores do humanismo no parto.

Objetivo

Explorar a evidência científica e as vivências do parto no domicílio nas décadas de 40 a 60 do século XX em Portugal.

Métodos

Revisão integrativa da literatura segundo o método PICOD e estudo exploratório realizado com 55 mulheres portuguesas com idades compreendidas entre 72 e 97 anos que viveram a experiência do parto no domicílio nas décadas de 40 a 60 do século XX em Portugal.

Resultados

Os resultados revelaram que na década de 40 a 60, as mulheres eram assistidas maioritariamente por parteiras que utilizavam procedimentos muito rudimentares. As posições de preferência foram a ginecológica e a lateral, e a maioria ficou com sequelas devido às condições de assistência precárias, destacando-se a deformação da vagina e a incontinência urinária.

Conclusões

A evolução da arte de partejar foi uma mais-valia para os dias de hoje, contribuindo para uma diminuição significativa das taxas de mortalidade materna e perinatal e para um aumento da qualidade dos cuidados prestados à parturiente e ao recém-nascido. É imprescindível que os profissionais de saúde reflitam sobre as vantagens e desvantagens de cada tipo de parto e sobre as condições mais humanas e seguras para o nascimento. As políticas de saúde devem ser centradas na Mulher e devem garantir a possibilidade de escolha no acesso ao tipo de cuidados na assistência pré e pós-natal e ao local de parto. As mulheres devem ter a possibilidade de optar pelo tipo de parto e local de parto que desejam, por isso, o parto domiciliar planeado não deve ser descurado, mas considerado como um direito e uma possibilidade de escolha pela mulher e sua família. É, no entanto, necessário que as políticas de saúde invistam nesta dimensão da prestação de cuidados obstétricos, garantindo também no domicílio assistência perinatal segura e humanizada, baseada na melhor evidência científica / recomendações.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2016-06-30

Como Citar

Cunha, M., Ferreira, M., Aparício, G., Bica, I., & Estudantes do 26ºCLE, ESSV, IPV. (2016). Parto no domicílio em Portugal: das vivências das décadas de 40 a 60 do Século XX às recomendações atuais. Servir, (59), 28–29. https://doi.org/10.48492/servir0259.23087