Determinantes da perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir0259.23197Palavras-chave:
Perceção, Profissionais de Saúde, Adesão, Programas de ReabilitaçãoResumo
Introdução
A adesão aos programas de reabilitação constitui actualmente uma fonte de preocupação transversal a todos os profissionais de saúde. Com o evoluir dos tempos o utente deixou de ter um papel passivo relativamente às prescrições médicas, passando a ter uma responsabilização individual pelo seu estado de saúde e controlo da sua doença. Porém, a taxa de incumprimentos continua ainda particularmente elevada.
Objetivo
Determinar a influência dos determinantes sociodemográficos e de contexto laboral na perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação.
Métodos
Realizou-se uma pesquisa de natureza quantitativa, transversal, descritivo correlacional, com recurso a uma amostra não probabilística constituída por 98 profissionais de saúde maioritariamente do sexo feminino (58,16%) e com uma média de idades de 39,80 anos (Dp= 9,96). O instrumento de colheita de dados incorporou uma ficha de caraterização sociodemográfica e profissional, e a escala de perceção da adesão, aferida e validada para a população portuguesa.
Resultados
O score da perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação é de 6,48, valor com expressão acima da média. Os profissionais de saúde que tendencialmente apresentam maior perceção da adesão por parte dos utentes aos programas de reabilitação, são: (i) do sexo feminino; (ii) trabalham maioritariamente com utentes com patologia cárdio-respiratória e neurológica; (iii) e têm na sua maioria a categoria de enfermeiros. Outras variáveis que evidenciaram um efeito estatisticamente significativo e tendencialmente de sentido directo sobre a perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação, foram o tempo de experiência profissional, a idade, o horário de trabalho praticado e o nível de formação académica.
Conclusões
As evidências encontradas permitem subentender a necessidade que todos os profissionais de saúde ainda têm em continuar a desenvolver, de forma efectiva e transversal e com o envolvimento directo do utente, estratégias que potenciem a adesão destes aos programas de reabilitação. Propomos a formação contínua dos profissionais bem como a realização de campanhas de sensibilização junto da comunidade. Também uma reflexão sobre a adequação e ajustamento dos conteúdos programáticos escolares poderá vir a dar contributos pertinentes para a solução desta problemática.
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