Promoção da literacia em saúde e obesidade infantil: Experiência pedagógica através da entrevista motivacional
Abstract
Introdução: Torna-se importante planear intervenções dirigidas às crianças sobre promoção da literacia em saúde (LS) e promoção da alimentação saudável.
Os dados nacionais do estudo Health Behaviour in School aged Children (2022) revelam alguns indicadores preocupantes: 11,5% refere raramente/nunca comer fruta, 15,5% raramente/nunca ingere vegetais e 12,2% bebe colas ou outros refrigerantes açucarados pelo menos 1 vez/dia.
No Curso de Licenciatura em Enfermagem, a UC de Educação para a Saúde (EpS) efetua, numa das sessões teórico-práticas, o role-playing de uma consulta de enfermagem a um criança com obesidade infantil e sua família, em que enfermeiro utiliza a Entrevista Motivacional (EM). Segue-se a análise dos estudantes a este desempenho, utilizando-se a técnica da autoscopia, através do preenchimento de uma grelha de avaliação onde é apreciada a simulação da entrevista.
Nesta simulação é selecionado um dos estádios do Modelo Transteórico de Prochaska e DiClemente, para orientação da intervenção.
Objetivos: Analisar a experiência pedagógica da unidade curricular de EpS no desenvolvimento de intervenções promotoras da saúde na obesidade infantil com recurso à entrevista motivacional.
Material e Métodos: Estudo qualitativo em que foi utilizado como instrumento de colheita uma grelha de avaliação do role-playing, preenchida pelos estudantes. No tratamento dos dados foi feita a análise de conteúdo de oito grelhas de avaliação da EM.
Resultados: Os estudantes: Conseguem identificar que a criança e a família se encontram em fases diferentes, de pré-contemplação e de preparação para a ação, respetivamente.
Adotam os princípios e as estratégias adequadas ao estádio de desenvolvimento da família.
Dos princípios da EM, os estudantes identificam a demostração de empatia, o lidar com a resistência e o apoio à autoeficácia. Adotam como estratégias as perguntas abertas, a escuta reflexiva, afirmações de confiança e sínteses.
Identificam caraterísticas de um ambiente colaborativo, evocativo e de respeito pela autonomia.
Mencionam alguns aspetos que o enfermeiro, tem de melhorar, na condução da EM: estimular a criança a falar; não fazer perguntas indutoras de resposta; pedir permissão para falar do comportamento de risco.
Conclusões: A UC contribui para capacitar os estudantes no desenvolvimento de competências de intervenção em EpS, promovendo a LS nas crianças e famílias. Compreendem como o enfermeiro, através da EM, acompanha a criança a progredir do estádio da Pre-contemplaçao para a ação, potenciando e criando oportunidades de ativação de comportamentos saudáveis.
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