Omissão de cuidados de enfermagem em contexto de urgência

Resumo

 Introdução: A omissão de cuidados de enfermagem é entendida por Kalisch et al. (2009) como os cuidados de enfermagem necessários que são omitidos, em parte ou na totalidade, ou significativamente adiados. Os cuidados omitidos influenciam negativamente a qualidade e a segurança dos cuidados de enfermagem (Mlynarska et al., 2020). Os enfermeiros priorizam os cuidados em função da estabilização dos doentes em situação crítica sendo o foco dos cuidados a preservação da vida. Na presença de um inadequado rácio enfermeiro-pessoa, os enfermeiros são obrigados a racionar os cuidados, aumentando a probabilidade de omissão de cuidados (Mlynarska et al., 2020).

Objetivos: Determinar a prevalência de omissão de cuidados de enfermagem em contexto de urgência.

Material e Métodos: Estudo quantitativo de corte transversal.

A recolha de dados ocorridos entre 11/08 a 10/11 de 2022, via on line através da Ordem dos Enfermeiros. Critérios de inclusão ser enfermeiro, inscrito na OE, a exercer funções no serviço de urgência. A Omissão de Cuidados foi avaliada através da escala MISSECARE (Kalisch & Williams, 2009), traduzida e validada para a população portuguesa por Loureiro, Fernandes, & Loureiro (2019).

Resultados: Os cuidados frequentemente omissos incluíram: comunicação, partilha de informação, ensino, incluindo planeamento de cuidados, planeamento de alta; cuidados físicos fundamentais, cuidados emocionais e psicológicos. Os cuidados raramente omissos pelos enfermeiros tem o seu foco no tratamento médico, com ênfase na tecnologia e na condição médica, valorizando o modelo Biomédico.

Conclusões: Os cuidados omissos são um problema significativo nos serviços de urgência hospitalares. A priorização dos cuidados utilizada pelos enfermeiros podem deixar a pessoa vulnerável face às necessidades educacionais, emocionais e psicológicas não atendidas podendo condicionar a segurança e a qualidade dos cuidados prestados. De salientar a preocupação dos enfermeiros em assegurar a prestação dos cuidados fundamentais para a manutenção da vida da pessoa em situação de urgência, sendo que a missão destes cuidados raramente acontece.