A Sociedade Propaganda de Portugal e o Estado: Competências públicas e privadas na construção do turismo português (1906-1911)
DOI:
https://doi.org/10.57883/thij3(2)2014.30154Palavras-chave:
Sociedade Propaganda de Portugal, Estado, Turismo, Sector privado, PortugalResumo
Esta comunicação pretende apresentar a Sociedade Propaganda de Portugal (SPP), primeiro organismo, fundado em 1906, que se dedicou à criação e promoção de um projecto turístico para o país, a partir da perspectiva das relações entre Estado e privados na actividade turística. Começaremos por analisar o projecto pioneiro da SPP, revelador de uma consciência da necessidade de articular vários agentes (transportes, serviços, publicidade) para promover o turismo. Sublinharemos o carácter de modernidade de que os planos e os discursos da SPP se revestiam, uma modernidade definida em função do desenvolvimento económico e cultural e de acordo com o paradigma europeu. A questão da articulação de agentes na actividade turística leva-nos à observação da articulação entre Estado e privados. A SPP constituiu-se como associação de particulares, vendo a iniciativa privada como algo de benéfico e o turismo como área preferencialmente da sua competência, que não deveria caber ao Estado. No entanto, pela sua configuração associativa, a SPP iria procurar no Estado o seu principal parceiro: muitos dos seus planos não poderiam ser concretizados sem o auxílio dos poderes públicos, detentores de uma efectiva capacidade de acção, o que muitas vezes criou entraves à SPP. Ou seja, desenvolvimento e modernidade são associados a uma iniciativa privada saudável, mas a qual não pode vingar sem um Estado colaborante.
Com este trabalho pretendemos, assim, apresentar alguns resultados da nossa dissertação de mestrado sobre a SPP e trazer alguns contributos para o estudo do papel do Estado e dos privados no turismo em Portugal.
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