Caraterização Socioprofissional dos Treinadores de Futebol de Formação da AF Leiria e AF Santarém
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32435Palavras-chave:
Dados obtidos através de um estudo realizado pelo Gabinete de Futebol da ESDRM para as Associações de Futebol de Leiria e de SantarémResumo
Ao longo dos anos têm sido descritas e atualizadas as aptidões e competências necessárias para o exercício da função de treinador de desporto. Reconhecendo-se que ser treinador implica responsabilidades, direitos e deveres na transformação do contexto social, a análise socioprofissional destes agentes desportivos fornece indicadores sobre quem são e que caraterísticas têm os agentes responsáveis pelo desenvolvimento das crianças e dos jovens atletas.
Considerando variáveis socioprofissionais, este estudo caraterizou os treinadores de futebol de formação inscritos na Associação de Futebol de Leiria (AF Leiria) e na Associação de Futebol de Santarém (AF Santarém), na época desportiva 2022-2023. De acordo com os dados disponibilizados pelas respetivas associações, a população total de estudo compreende 760 treinadores. Sequentemente, a amostra do estudo foi constituída por 391 Treinadores (192 inscritos na AF Leiria e 199 inscritos na AF Santarém). A recolha de dados ocorreu entre fevereiro e abril de 2023, tendo os mesmos sido recolhidos através da aplicação online (Microsoft Forms) de um questionário, que integrou um total de 33 questões (respostas fechadas às opções existentes). O instrumento apresentou uma estrutura composta por um consentimento informado, uma área de caraterização socioprofissional (área 1) e uma área de conhecimento e domínio tecnológico (área 2). Asseverando-se uma participação de 51,5% dos treinadores das duas associações, observa-se que: (a) menos de 5% dos treinadores são do sexo feminino; (b) somente 8,7% dos treinadores apresentam idade superior a 49 anos; (c) predominantemente, as habilitações técnicas dos treinadores são de Grau I e II (apenas 3,5% têm Grau III e IV); (d) 44,6% dos treinadores têm formação superior, dos quais 70% são formados na área das ciências do desporto; (e) 13,6% dos treinadores são, também, jogadores federados; (f) os treinadores acedem ao TPTD maioritariamente através dos cursos de treinadores das associações (61,9%); (g) tendencialmente, os treinadores exercem a sua atividade no distrito de residência (88% AF Leiria e 87,9% AF Santarém); (h) cerca de metade dos treinadores não possuem qualquer vínculo laboral com os clubes e apenas 25% realiza a sua atividade como prestador de serviços; (i) 15,9% dos treinadores não aufere qualquer tipo de valor remuneratório mensal e 46,5% recebe entre 50 a 150 euros mensais; (j) somente 1,3% dos treinadores auferem um valor remuneratório acima dos 800 euros; (k) 34,5% dos treinadores treinam simultaneamente duas (29,4%) ou três equipas (5,1%); (l) 82,6% dos treinadores têm um emprego principal e 1,5% são estudantes; (m) 55,8% dos treinadores têm filhos, e 52,1% são casados ou estão em união de facto; (n) 54,2% dos treinadores são solteiros e não têm filhos.
Em conclusão, quando correlacionadas as várias variáveis, não se verificam diferenças significativas no perfil dos treinadores da AF Leiria e AF Santarém, destacando-se em ambas as associações a quase inexistente profissionalização no desempenho desta atividade. Ser treinador no futebol de formação é, essencialmente, uma atividade de cariz voluntária.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Vítor Padinha, Eduardo Teixeira, Mauro Miguel, Nuno Coito, Renato Fernandes
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o artigo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.