Via Aérea Difícil em Emergência Pré-Hospitalar
Realidade Portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.18115Palavras-chave:
Algoritmos;Intubação Traqueal; Manuseio das Vias Aéreas; Obstrução das Vias Respiratórias; Serviços Médicos de EmergênciaResumo
Introdução: Estima-se que o manuseio avançado da via aérea seja particularmente difícil no contexto da emergência pré-hospitalar. Pela inexistência de dados portugueses, pretendeu-se caracterizar a incidência de intubação difícil e falhada neste ambiente e entender qual o expertise dos médicos nesta área, materiais adjuvantes mais usados e potencialmente úteis.
Métodos: Realizou-se um inquérito online, anónimo, dirigido aos operacionais médicos das 44 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) nacionais.
Resultados: Obtiveram-se 120 respostas válidas. Foram reportadas 1878 intubações traqueais num ano, 378 difíceis (20%) e 78 falhadas (4%). Constatou-se que os médicos não-anestesiologistas apresentam maior ratio de intubação falhada face aos anestesiologistas (p = 0,006) e o mesmo acontece com os médicos que procedem a intubação menos de uma vez por semana face aos que intubam mais de uma vez por semana (p= 0,003). O condutor foi o equipamento mais usado em via aérea difícil e o videolaringoscópio foi o mais apontado como potencialmente útil. Para a maioria, a formação dos médicos
nesta área é insuficiente.
Discussão: Perante os resultados surge a necessidade de desenvolver algoritmos e programas de treino regular dos médicos que trabalham no pré-hospitalar. O videolaringoscópio deve ser equacionado neste
ambiente. Apresentamos uma proposta de algoritmo de abordagem da via aérea no pré-hospitalar.
Conclusão: A abordagem da via aérea é competência necessária dos profissionais de emergência pré-hospitalar, sendo fulcral a sua efetiva capacitação. A existência de protocolos de via aérea difícil e novos
materiais adjuvantes poderão facilitar a abordagem destes casos.
Downloads
Referências
2. Rehn M, Hyldmo PK, Magnusson V, Kurola J, Kongstad P, Rognås L, et al. Scandinavian SSAI clinical practice guideline on pre-hospital airway management. Acta Anaesthesiol Scand. 2016 ;60:852-64. doi:10.1111/aas.12746
3. Lockey DJ, Crewdson K, Lossius HM. Pre-hospital anaesthesia: The same but different. Br J Anaesth. 2014;113:211-9. doi:10.1093/bja/aeu205
4. Jacobs P, Grabinsky A. Advances in prehospital airway management. Int J Crit Illn Inj Sci. 2014;4:57-64. doi:10.4103/2229-5151.128014
5. Lockey DJ, Crewdson K, Davies G, Jenkins B, Klein J, Laird C, et al. AAGBI: Safer pre-hospital anaesthesia : Association of Anaesthetists of Great Britain and Ireland. Anaesthesia. 2017;72:379-90. doi: 10.1111/anae.13779.
6. Ono Y, Shinohara K, Goto A, Yano T, Sato L, Miyazaki H, et al. Are prehospital airway management resources compatible with difficult airway algorithms? A nationwide cross-sectional study of helicopter emergency medical services in Japan. J Anesth. 2016 ;30:205-14. doi:10.1007/s00540-015-2124-7
7. Combes X, Jabre P, Jbeili C, Leroux B, Bastuji-Garin S, Margenet A, et al. Prehospital standardization of medical airway management: incidence and risk factors of difficult airway. Acad Emerg Med. 2006;13:828-34.. doi:10.1197/j. aem.2006.02.016
8. Combes X, Jabre P, Margenet A, Merle JC, Leroux B, Dru M, et al. Unanticipated difficult airway management in the prehospital emergency setting: Prospective validation of an algorithm. Anesthesiology. 2011;114:105-10.
doi:10.1097/ALN.0b013e318201c42e
9. Órfão J, Aguiar J, Carrilho A, Ferreira A, Leão A, Mourato , et al. Consensos na gestão clínica da via aérea em anestesiologia. Rev da Soc Port Anestesiol. 2016;25:7-28.
10. Apfelbaum JL, Hagberg CA, Caplan RA, Blitt CD, Connis RT, Nickinovich DG, et al. Practice guidelines for management of the difficult airway: an updated report by the american society of anesthesiologists task force
on management of the difficult airway. Anesthesiology. 2013;118:251-70. doi:10.1097/ALN.0b013e31827773b2
11. Natt BS, Malo J, Hypes CD, Sakles JC, Mosier JM. Strategies to improve first attempt success at intubation in critically ill patients. Br J Anaesth. 2016;117 Suppl 1:i60-i68. doi:10.1093/bja/aew061
12. Corso RM, Zampone S, Baccanelli M, Sorbello M, Gambale G. Prehospital difficult airway management: old things still work letter to the editor. World J Emerg Med. 2014;5:75-6.
13. Trimmel H, Beywinkler C, Hornung S, Kreutziger J, Voelckel WG. Success rates of pre-hospital difficult airway management: a quality control study evaluating an in-hospital training program. Int J Emerg Med. 2018;11:19. doi:10.1186/s12245-018-0178-7
14. Higgs A, McGrath BA, Goddard C, Rangasami J, Suntharalingam G, Gale R, et al. Guidelines for the management of tracheal intubation in critically ill adults. Br J Anaesth. 2018;120:323-52. doi:10.1016/j.bja.2017.10.010
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os artigos estão livremente disponíveis para serem lidos, descarregados e partilhados a partir do momento da sua publicação.
A RSPA reserva-se o direito de comercialização do artigo enquanto parte integrante da revista (na elaboração de separatas, por exemplo). O autor deverá acompanhar a carta de submissão com a declaração de cedência de direitos de autor para fins comerciais.
Relativamente à utilização por terceiros a Revista da SPA rege-se pelos termos da licença Creative Commons “Atribuição – uso Não-Comercial (CC BY-NC).
Após publicação na RSPA, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados.