Violência na Intimidade sob o olhar dos Direitos Humanos: Múltiplas expressões de gênero e das juventudes
Résumé
Resumo: Em contextos de violações e relações abusivas, analisar as violências nas relações de intimidade, com recorte geracional sob a perspectiva dos Direitos Humanos e de gênero, é o foco central. O tema tem alcançado visibilidade, nos níveis social e científico, sendo considerado como um problema e umas das urgências atuais, pelo impacto decorrente nas manifestações e consequências. Portanto, mapear ocorrências violentas nas relações de intimidade de/entre jovens, ademais de elencar os principais elementos jurídicos de proteção e defesa, à luz da literatura compõe escopo do artigo. Como delineamento metodológico, a pesquisa foi realizada com jovens, de ambos os sexos, na faixa etária de 16 a 24 anos, matriculados em escolas públicas de médio porte dos municípios baianos (Salvador e Feira de Santana). Utilizou-se como instrumento “Percurso Amoroso de Jovens\PAJ” (original do Canadá - Parcour amoreux des jeunes), versão brasileira, para operacionalizar a abordagem qualitativa (entrevistas – questões subjetivas). Concluiu-se a necessidade de investimentos eficazes, sensibilizando contextos familiares e educacionais (prevenção e informação), de diferentes setores sociais para a importância de relacionamentos íntimos entre jovens. Outros resultados sinalizam a construção de projetos baseados na conscientização e na educação para e pelos Direitos das juventudes, informando, compreendendo e evitando relacionamentos abusivos.
Palavras-chave: violências; juventude; intimidade; contexto social e familiar; direitos humanos; cidadania.
Références
BOURDIEU, P. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. Educação em Revista, Belo Horizonte, n.10, p.5-15, 1989.
BUTLER, J. P. Problemas de gênero: Feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
CAMPOS, C. H. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011 p. 143-196.
CAMPOS, M. R. S. Análise das propriedades psicométricas da versão brasileira do inventário “Parcours Amoreux des Jeunes-PAJ”. 2015. Dissertação de Mestrado (Saúde Coletiva). Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Estadual de Feira de Santana.
CARIDADE S.; MACHADO, C. Violência na intimidade juvenil: prevalência, factores de risco e atitudes. In: MACHADO, C. Novas formas de vitimação criminal. Braga: Psiquilibrios, 2010, p. 13-59.
CARIDADE, S.; MACHADO, C. Violência na intimidade juvenil: da vitimação à perpetração. Análise psicológica, Lisboa, v. 24, n. 4, p. 485-493, 2006.
CASTRO, M. G.; ABRAMOVAY, M.; SILVA, L. B. Juventudes e Sexualidade. Brasília: Unesco, 2004.
CAVALCANTE, R. B.; CALIXTO, P.; PINHEIRO, M. M. K. Análise de conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Informação & Sociedade: Estudos, v. 24, n. 1, 2014.
CAVALCANTI, V. R. S. Violências sobrepostas: contextos, tendências e abordagens num cenário de mudanças. In: DIAS, I. (Org.). Violência doméstica e de gênero. Lisboa: Pactor, 2018, p. 1-27.
CAVALCANTI, V.R.S. & SILVA, A.C. Ética & práxis: em tempos sombrios, a justiça social e a liberdade devem ser difundidos. In: CAVALCANTI, V.R.S &
CARNEIRO, V.C.S. Direitos Humanos: Múltiplos Olhares. Salvador: Roma Negra/Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, 2014, p. 81-110.
CUNHA, O. N. Adaptação Transcultural e validação de conteúdo do questionário “pacours amoureux des jeunes”– PAJ – Montreal/ Canadá para o contexto do Brasil. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2014.
DIAS, I. Violência doméstica e justiça. Sociologia: Porto, v. 20, 2010, p. 245-262.
ESTEVÃO, C. A.V. Democracia política, democracia escolar e educação para os direitos humanos. Educação, Porto Alegre, v. 36, n. 1, p. 28-34, jan./abr. 2013. Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/1 2296/8737.
GOMES, C. B. Violência nas Escolas: Uma realidade a ser Transformada. Curitiba: Juruá, 2013.
MACHADO, C.; MATOS, M.; GONÇALVES, M. M. - E. C. V. C. - Escala de crenças sobre a violência conjugal. In: ALMEIDA L.; SIMÕES M., MACHADO C.; GONÇALVES M. M. (Coords.). Avaliação psicológica: Instrumentos validados para a população portuguesa. Coimbra: Quarteto, v. II, 2008, p. 127-140.
MINAYO, M.C.S. Amor e Violência: um paradoxo das relações de namoro e do “ficar” entre jovens brasileiros. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011.
MINAYO, M.C.S.; GONÇALVES, S.; FERREIRA, S; RAMOS. E. Possibilidades e dificuldades nas relações entre ciências sociais e epidemiologia. Rio de Janeiro: Centro Latino Americano de Estudo a Violência e Saúde, 2003.
MOTTA, A. B. Teoria de gerações na perspectiva de gênero. Feminismo, desenvolvimento e direitos humanos. Aracaju: REDOR/NEPIMG, p. 1-20, 2005.
NASCIMENTO, O. C. Adaptação transcultural e validação de conteúdo do questionário “Parcours Amoureux des Jeunes-PAJ” Montréal/Canadá-para o contexto do Brasil. 2014. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva). Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA.
NEVES, A.S.A. Amor, Poder e Violência (s) contra as mulheres: a importância do género nas relações íntimas. Psicologia: Teoria, Investigação e prática, v. 8, n. 1, p. 133- 144, 2003.
NEVES, A. S. A. As mulheres e os discursos generalizados sobre o amor: a caminho do “amor confluente” ou o retorno ao mito do “amor romântico”. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 15, n. 3, p. 609-627, 2007.
OMS - Organização Mundial de Saúde/OPAS; Organização Pan-Americana da Saúde. Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro intimo contra a mulher: Ação e produção de evidência. OMS, 2014.
ONU - Organização das Nações Unidas. Conselho Social e Econômico. Relatório do Trabalho de Grupo na Violência contra a Mulher. Viena, Nações Unidas, 1992.
PASINATO, W. Justiça e Violência Contra a Mulher – O Papel do Sistema Judiciário na Solução dos Conflitos de Gênero. São Paulo: Annablume, 2004.
SARDENBERG, C.M.B. Um diálogo possível entre Margaret Mead e Simone de Beauvoir. In: MOTA, A. B., SARDENBERG, C. e GOMES, M. (Orgs.). Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. Salvador: NEIM/FFCH/UFBA, 2000.
SILVA, A. M. & TAVARES, C. (Orgs.). Políticas e fundamentos da educação em direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2010.
SOARES, M. V.B. Educação em direitos humanos: de que se trata?. In: BARBOSA, R. L. L. Formação de educadores: desafios e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 2003, p. 309-318.
TAVARES, M. S.; SARDENBERG, C. M. B.; GOMES, M. Q. C. Feminismo, Estado e Políticas de Enfrentamento à Violência contra Mulheres: Monitorando a Lei Maria da Penha. Labrys, v. 20, p. 1-30, 2011.
VIEIRA, C.M.C. A investigação participativa. Algumas considerações em torno desta metodologia qualitativa. In: OLIVEIRA, L; PEREIRA, A. & SANTIAGO, R. (Orgs.). Investigação em Educação. Abordagens Conceptuais e Práticas. Porto: Porto Editora, 2004, pp. 59-76.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Authors who published in the journal agree to the following terms:
- The Authors grant the Journal the right of first publication, and other non-exclusive publishing rights, licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with recognition of its initial publication in this journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in an institutional repository or as a chapter in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post and distribute their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See The Effect of Open Access).
RJP does not apply submission, publication or any other fees of any nature. Its articles are open access, with the goal of disseminating scientific knowledge and the debate of legal topics in the area of Legal Sciences.