Deteção pré-natal de artéria umbilical única: qual o seu significado?
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i3.10284Palavras-chave:
artéria umbilical única, diagnóstico prénatal, ecografia, malformações congénitasResumo
Introdução: A presença de artéria umbilical única (AUU) é um marcador ecográfico associado a malformações, aneuploidias, parto pré-termo e restrição de crescimento intra-uterino e/ou baixo peso ao nascimento. Este estudo tem como objetivo determinar a incidência de AUU numa população selecionada e verificar qual o significado clínico deste marcador ecográfico.
Material e métodos: Análise retrospetiva, durante um período de 36 meses, dos casos de interrupção médica da gravidez, acima das 16 semanas, com diagnóstico pré-natal de AUU; casos de recém-nascidos com diagnóstico pré-natal de AUU ou após o parto, através do exame da placenta.
Resultados: Foram identificados 39 casos de AUU durante o período de estudo. A incidência de AUU nos recém-nascidos e nos casos de interrupção médica da gravidez foi de 0,32% e 12,9%, respetivamente. A taxa de deteção pré-natal foi de 77%. Este achado ecográfico ocorreu isoladamente em 27 casos de recém-nascidos (90%). Nos recém-nascidos com AUU e outras malformações associadas (13,3%), foram identificadas malformações do sistema urinário em três casos (75%) e malformação esquelética associada a malformação esofágica em um caso (25%). Ocorreu parto pré-termo em sete casos (23,3%) e peso ao nascimento abaixo do percentil 10 em quatro casos (13,3%)
Discussão e conclusão: A deteção pré-natal de AUU deve alertar o ecografista e o clínico para o fato do feto necessitar de uma avaliação ecográfica detalhada a fim de excluir outras anomalias. O crescimento fetal e o risco de parto pré-termo, são também de considerar na vigilância destas gestações.
Downloads
Referências
Peckham CH, Yerushalmy J. Aplasia of one umbilical artery:
incidence in race and certain obstetric factors. Obstet Gynecol
; 26:359-66.
Heifetz SA. Single umbilical artery: a statistical analysis of
autopsy cases and review of literature. Perspect Pediatr
Pathol 1984; 8:345-78.
Persutte WH, Hobbins J. Single umbilical artery: a clinical
enigma in modern prenatal diagnosis. Ultrasound Obstet
Gynecol 1995; 6:216-29.
Bernischke K, Kaufmann P. Pathology of the human placenta.
nd Ed. New York: Springer-Verlag, 1990.
Lubusky M, Dhaifalah I, Prochazka M, Hyjanek J, Mickova I,
Vomackova K, et al. Single umbilical artery and its siding in
the second trimester of pregnancy: relation to chromosomal
defects. Prenat Diagn 2007; 27:327-31.
Weissman A, Jakobi P, Bronshtein M, Goldstein I. Sonographic
measurements of the umbilical cord and vessels during
normal pregnancies. J Ultrasound Med 1994; 13:11-4.
Sepulveda W, Peek MJ, Hassan J. Umbilical vein to artery
ratio in fetuses with single umbilical artery. Ultrasound Obstet
Gynecol 1996; 8:23-6.
Persutte WH, Lenke RR. Transverse umbilical arterial diameter:
techniques for the prenatal diagnosis of single umbilical
artery. J Ultrasound Med 1994; 13:763-6.
Bornemeier S, Carpinito LA, Winter TC. Sonographic evaluation
of the two vessel umbilical cord: A comparison between
umbilical arteries adjacent to the bladder and cross-sections
of the umbilical cord. J Diag Med Sono 1996; 12:260-5.
Hyrtl J. Die Blutgefässe der menschlichen Nachgeburt in normalen
und abnormen Verhältnissen. Vienna: W. Braumüller;
Benirschke K, Brown WH. A vascular anomaly of the umbilical
cord; the absence of one umbilical artery in the umbilical
cords of normal and abnormal fetuses. Obstet Gynecol 1955;
:399-404.
Thummala MR, Raju TN, Langenberg P. Isolated single umbilical
artery anomaly and the risk for congenital malformations:
a meta-analysis. J Pediatr Surg 1998; 33:580-5.
Abuhamad AZ, Shaffer W, Mari G, Copel JA, Hobbins JC,
Evans AT. Umbilical artery: does it matter which side is missing?
Am J Obstet Gynecol 1995; 173:728-32.
Gornall AS, Kurinczuk JJ, Konje JC. Antenatal detection of
a single umbilical artery: does it matter? Prenat Diagn 2003;
:117-23.
Chow JS, Benson CB, Doubilet PM. Frequency and nature of
structural anomalies in fetuses with single umbilical arteries.
J Ultrasound Med 1998; 17:765-8.
Khong TY, George K. Chromosomal abnormalities associated
with a single umbilical artery. Prenat Diagn 1992; 12:965-8.
Saller DN, Keene CL, Sun CJ, Schwartz S. The association
of single umbilical artery with cytogenetically abnormal pregnancies.
Am J Obstet Gynecol 1990; 163:922-5.
Nyberg DA, Mahony BS, Luthy D, Kapur R. Single umbilical
artery: prenatal detection of concurrent anomalies. J Ultrasound
Med 1991; 10:247-53.
Parilla BV, Tamura RK, MacGregor SN, Geibel LJ, Sabbagha
RE. The clinical signiÞ cance of a single umbilical artery as an
isolated Þ nding on prenatal ultrasound. Obstet Gynecol 1995;
:570-2.
Byrne J, Blanc WA. Malformations and chromosome anomalies
in spontaneously aborted fetuses with single umbilical
artery. Am J Obstet Gynecol 1985; 151:340-2.
Jones TB, Sorokin Y, Bhatia R, Zador IE, Bottoms SF. Single
umbilical artery: accurate diagnosis? Am J Obstet Gynecol
; 169:538-40.
Froehlich LA, Fujikura T. Follow-up of infants with single umbilical
artery. Pediatrics 1973; 52:22-9.
Benirschke K, Bourne GL. The incidence and prognostic implication
of congenital absence of one umbilical artery. Am J
Obstet Gynecol 1960; 79:251-4.
Nyberg DA, Shepard T, Mack LA, Hirsh J, Luthy D, Fitzsimmons
J. SigniÞ cance of a single umbilical artery in fetuses
with central nervous system malformations. J Ultrasound
Med 1988; 7:265-73.
Jeanty P. Fetal and funicular vascular anomalies: identiÞ cation
with prenatal ultrasound. Radiology 1989; 173:367-70.
Abuhamdad AZ, Shaffer W, Mari G, Copel JA, Hobbns JC,
Evans AT. Single umbilical artery: does it matter which artery
is missing? Am J Obstet Gynecol 1995; 173:728-32.
Catanzarite VA. The clinical signiÞ cance of a single umbilical
artery as an isolated Þ nding of prenatal ultrasound. Obstet
Gynecol 1995;86:155-6.
Farrel T, Leslie J, Owen P. Accuracy and signiÞ cance of prenatal
diagnosis of single umbilical artery. Ultrasound Obstet
Gynecol 2000; 16:667-8.
Geipel A, Germer U, Welp T, Schwimger E, Gembruch U. Prenatal
diagnosis of single umbilical artery: determination of the
absent side, associated anomalies, Doppler Þ ndings and perinatal
outcome. Ultrasound Obstet Gynecol 2000; 15:114-17.
Volpe G, Volpe P, Boscia FM, Volpe N, Buonadonna AL, Gentile
M. ‘Isolated’ single umbilical artery: incidence, cytogenetic
abnormalities, malformation and perinatal outcome. Minerva
Ginecol 2005; 57:189-98.
Lacro RV, Jones KL, Benirschke K. The umbilical cord twist:
origin, direction, and relevance. Am J Obstet Gynecol 1987;
:833-8.
Raio L, Ghezzi F, Di Naro E, Franchi M, Brühwiler H, Lüscher
KP. Prenatal assessment of Wharton’s jelly in umbilical cords
with single artery. Ultrasound Obstet and Gynecol 1999;
:42-6.
Leung AK, Robson WL. Single umbilical artery: a report of
cases. Am J Dis Child 1989; 143:108-11.
Tortora M, Chevernak FA, Mayden K, Hobbins JC. Antenatal
sonographic diagnosis of single umbilical artery. Obstet
Gynecol 1984; 63:693-6.
Gosset DR, Lantz ME, Chisholm CA. Antenatal diagnosis of
single umbilical artery: is fetal echocardiography warranted.
Obstet Gynecol 2002; 100:903-8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.