Cardiomiopatia dilatada na gravidez: Para lá dos resultados obstétricos
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i4.25231Palavras-chave:
cardiomiopatia dilatada, cardioversor-desfibrilhador implantável, complicação cardiovascular de gravidez, disfunção ventricular esquerda, gravidezResumo
Introdução: A gravidez está associada a importantes alterações hemodinâmicas que podem conduzir a descompensação clínica em mulheres com cardiomiopatia de base. Por esse motivo, a literatura desaconselha a gravidez nestes casos, mas esta recomendação não é consensual.
Descrição do caso clínico: É descrito o caso de uma mulher com cardiomiopatia dilatada e fração de ejeção ventricular esquerda de 28%, que optou por prosseguir com a gravidez. O bebé nasceu por cesariana às 32 semanas de gestação, com bons resultados neonatais. Contudo, subsequente deterioração cardíaca materna determinou a necessidade de realização de transplante cardíaco.
Conclusão: As alterações fisiológicas características da gravidez podem não ser bem toleradas em mulheres com cardiomiopatia prévia e baixa fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Nestes casos, a gravidez deve ser monitorizada por uma equipa multidisciplinar, com controlo da patologia cardíaca. O momento e tipo de parto são ainda controversos, dada a falta de dados nesta área. Para além disso, o impacto a longo prazo da gravidez e parto na função cardíaca não deve ser negligenciado.
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