Quando as saquetas se confundem – ingestão de cloridrato de benzidamina
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i3.8544Palavras-chave:
intoxicação, benzidamina, alucinação, criançaResumo
Introdução: O cloridrato de benzidamina é um anti-inflamatório não esteróide com propriedades analgésicas, antipiréticas e antimicrobianas.
Caso Clínico: Menino de 4 anos e 8 meses recorreu ao serviço de urgência por agitação psicomotora e alucinações visuais, com início cerca de 1 hora após a ingestão acidental de uma saqueta de 500 mg de cloridrato de benzidamina. Ao exame objetivo apresentava ataxia, tremor, abalos espasmódicos ocasionais, agitação psicomotora e alucinações visuais. Após lavagem gástrica e administração de carvão ativado, administrou-se haloperidol pelo quadro acentuado de agitação com alucinações visuais. Dada a possibilidade de ocorrência de asfixia por espasmo da musculatura respiratória, foi transferido para um hospital terciário. Apresentou evolução favorável, com alta ao 2º dia de internamento.
Discussão: Alerta-se para o risco de confusão na via de administração de apresentações para uso tópico e oral. Sendo a principal manifestação o efeito alucinogénico, a ingestão acidental ou intencional de benzidamina deve ser considerada em quadros psicóticos agudos.
Downloads
Referências
Settimi L, Davanzo F, Lauria L, Casini ML, Ferrazin F. Oral ingestion of a topical benzydamine hydrochloride-containing gynaecological preparation in association with television advertising in Italy: analysis of cases managed by a National Poison Control Centre. BMJ Open 2012; 2: e000204.
Doğan M, Yılmaz C, Çaksen H, Güven A. A case of benzydamine HCL intoxication. Eastern Journal of Medicine 2013; 11: 26-8.
Ballesteros S, Ramón MF, Martínez-Arrieta R. Ingestions of benzydamine-containing vaginal preparations. Clin Toxicol (Phila) 2009; 47: 145-9.
Mota D, Costa A, Teixeira C, Bastos A, Dias M. Uso abusivo de benzidamina no Brasil: uma abordagem em farmacovigilância. Ciência & Saúde Coletiva 2010; 15: 717-24.
Schvartsman C, Schvartsman S. Intoxicação por benzidamina consequente à ingestão de colutório Antiinflamatório. Pediat (S. Paulo) 1986; 8: 107 9.
Opaleye ES, Noto AR, Sanchez ZM, Moura YG, Galduróz JC, Carlini EA. Recreational use of benzydamine as a hallucinogen among street youth in Brazil. Rev Bras Psiquiatr 2009; 31: 208-13
Souza J, Marinho C, Guilam M. Medicine consumption and the internet: critical evaluation of a virtual community. Rev Assoc Med Bras 2008; 54: 225-31.
Schifano F, Corazza O, Marchi A, Di Melchiorre G, Sferrazza E, Enea A, et al. Analysis of online reports on the potential misuse of benzidamine. Riv Psichiatr 2013;48:182-6
Acar YA, Kalkan M, Çetin R, Çevik E, Çınar O. Acute Psychotic Symptoms due to Benzydamine Hydrochloride Abuse with Alcohol. Case Rep in Psychiatry 2014; 2014: 290365
Gómez-López L, Hernández.Rodríguez J, Pou J, Nogué S. Acute overdose due to benzydamine. Hum Exp Toxicol 1990; 18: 471-3
Balaban OD, Atagun MI, Yilmaz H, Yazar MS, Alpkan LR. Benzydamine abuse as a hallucinogen: a case report. BCP 2013; 23: 276-9
Guru M, Safak Y, Kuru E, Orsel S. Psychotic disorder related to benzydamine hydrochloride abuse: a case report. Bulletin of Clinical Psychopharmacology 2012; 22: 51
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright e Direitos dos Autores
Todos os artigos publicados na Revista Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal rege-se pelos termos da licença Creative Commons "Atribuição - Uso Não-Comercial - (CC-BY-NC)"".
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc. de outras publicações.
Juntamente com a submissão do artigo, os autores devem enviar a Declaração de conflito de interesses e formulário de autoria. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons.