Transmissão Mãe-Filho da Infeção pelo Vírus da Imunodefi ciência Humana do tipo1

Autores

  • Alexandre Fernandes Unidade Infeciologia Pediátrica e Imunodeficiências, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Porto
  • Brígida Amaral Unidade Infeciologia Pediátrica e Imunodeficiências, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Porto
  • Maria João Carinhas Serviço de Obstetrícia, Departamento da Mulher, Centro Hospitalar do Porto
  • Olga Vasconcelos Serviço de Infeciologia, Hospital Joaquim Urbano, Centro Hospitalar do Porto
  • Ana Horta Serviço de Infeciologia, Hospital Joaquim Urbano, Centro Hospitalar do Porto
  • Ana Margarida Alexandrino Unidade de Neonatologia, Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos e Neonatais, Centro Hospitalar do Porto
  • Laura Marques Unidade de Neonatologia, Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos e Neonatais, Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v23.i2.8599

Palavras-chave:

Antirretrovírico, infeção VIH, prevenção, transmissão mãe-filho

Resumo

Introdução: A infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo 1 (VIH1) na criança ocorre quase exclusivamente por transmissão mãe-fi lho (TMF). Sem profilaxia ocorrem taxas de transmissão de 15-25%, diminuindo para <2% quando são adotadas medidas adequadas.

Objetivo: Avaliar a TMF da infeção VIH numa maternidade.

Material e Métodos: Estudo retrospetivo, com consulta do processo clínico, de crianças de mães com infeção VIH1, nascidas na Maternidade Júlio Dinis de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2011. Definida não infeção se 2 testes virológicos negativos (um após os 4 meses) e ausência de clínica. Análise estatística –programa Epi-Info® v.3.5.1 (Teste Fisher, p <0,05).

Resultados: Nasceram 77 crianças com risco de transmissão VIH1, 45 do sexo masculino (58.4%) e 15 (19.5%) prematuros. Diagnóstico de infeção materna ocorreu na gestação em 24 (31.6%) e no parto numa (1.3%). Sete (9.2%) não efetuaram terapêutica anti retrovírica (TARV) na gravidez e 9 (12.3%) apresentavam carga vírica >1.000 cópias no parto. Nasceram por parto eutócico 4 (5.2%) e 10 (13%) tiveram rotura membranas(RM) #4h. Nenhum efetuou leite materno e todos fizeram profilaxia no período neonatal; 17 (22.1%) efetuaram profilaxia com 3 fármacos, associado a ausência de TARV na gravidez e parto, carga vírica materna >1.000 cópias, RM#4h, RM espontânea e prematuridade. Um recém-nascido (1.3%) faleceu. Nenhuma criança foi infetada. Cerca de um terço (35.5%) apresentou alterações hematológicas e 23 (30.3%) na função hepática, ambas reversíveis.

Conclusão: Na população estudada não ocorreu TMF da infeção VIH1, apesar de apresentar fatores que aumentam o risco de transmissão numa elevada percentagem de casos.

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Referências

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Publicado

2016-02-24

Como Citar

1.
Fernandes A, Amaral B, Carinhas MJ, Vasconcelos O, Horta A, Alexandrino AM, Marques L. Transmissão Mãe-Filho da Infeção pelo Vírus da Imunodefi ciência Humana do tipo1. REVNEC [Internet]. 24 de Fevereiro de 2016 [citado 30 de Abril de 2025];23(2):66-71. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/8599

Edição

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