Impacto da formação em ciências forenses
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir0259.23077Palavras-chave:
Conhecimentos, Ciências forenses, Práticas forensesResumo
Introdução
A violência e o trauma subsequente, constituem na atualidade um grave problema de saúde pública em todo o mundo, donde emerge a necessidade dos profissionais que os assistem possuírem conhecimentos atualizados de suporte às boas práticas, entre outros, no âmbito da Proteção e apoio à vítima, Avaliação e/ou assistência ao agressor, Recolha e preservação de vestígios forenses, Comunicação, documentação e cadeia de custódia. Para o efeito, as ciências forenses que englobam um conjunto de disciplinas científicas trabalham em uníssono e unindo o seu corpo de conhecimentos auxiliam a justiça na resolução de situações de carácter médico-legal. Daí decorre a necessidade de implementar programas de formação inicial e contínua em ciências forenses.
Objetivo
Avaliar impacto da frequência de um curso breve em ciências forenses no nível de conhecimentos sobre práticas forenses (PF);
Determinar a variabilidade do nível de conhecimentos sobre práticas forenses (PF) em função do género e da idade.
Métodos
O estudo descritivo com foco transversal, foi realizado numa amostra não probabilística por conveniência, constituída por 72 participantes no primeiro momento de avaliação e por 51 participantes no segundo momento de avaliação. As amostras ficaram constituídas maioritariamente por mulheres 84,7% e 82,4% respetivamente, com uma média de idades de 28.62 anos e de 30.23 anos, no segundo momento de avaliação.
Aplicou-se o Questionário de Conhecimentos sobre Práticas Forenses adaptado do QCPEF de Cunha & Libório (2012) cit in Libório (2012) e Cunha, Libório & Coelho (2016).
Resultados
Após frequentarem o curso breve em ciências forenses, os formandos aumentaram, em média, os conhecimentos relativos às práticas forenses, designadamente nas dimensões conceitos forenses, situações forenses, vestígios forenses, comunicação e documentação em ciências forenses, cuidados de gerais e preservação de vestígios forenses. Verificou-se melhor nível de conhecimentos nas dimensões Preservação de Vestígios (Antes: M=15,94 vs Após: M=18,55), e Conceito Forenses (Antes: M= 6,93 vs Após: M=8,20).
Os formandos após realização da formação também aumentaram globalmente os seus saberes (Score Global dos Conhecimentos sobre Práticas Forenses - Antes: M=62,61 vs Após: M=68,59), sendo as diferenças entre os dois momentos de avaliação significativas (teste t para amostras emparelhadas t=-7,628; p=0,000).
Conclusões
Inferiu-se que os formandos após receberem formação denotaram melhores conhecimentos sobre práticas forenses. Daí se considerar que o curso teve impacto positivo que se traduziu no aumento e aporte de conhecimentos.
Os resultados denotam a importância da frequência de formação específica para o aporte de conhecimentos na área das ciências forenses. Assim, com vista à melhoria da qualidade na prestação de cuidados às vítimas e ou perpetuadores de crimes e melhor auxílio a prestar à justiça na preservação de provas de carater forense, os cursos académicos na área da enfermagem, deverão incluir conteúdos que dotem os profissionais de conhecimentos/ competências atualizados/as.
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