Determinantes da perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir023.24022Palabras clave:
Perceção, Profissionais de Saúde, Adesão, Programas de ReabilitaçãoResumen
INTRODUÇÃO
A adesão aos programas de reabilitação constitui actualmente uma fonte de preocupação transversal a todos os profissionais de saúde. Com o evoluir dos tempos o utente deixou de ter um papel passivo relativamente às prescrições médicas, passando a ter uma responsabilização individual pelo seu estado de saúde e controlo da sua doença. Porém, a taxa de incumprimentos continua ainda particularmente elevada.
OBJETIVO
Determinar a influência dos determinantes sociodemográficos e de contexto laboral na perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação.
MÉTODOS
Realizou-se uma pesquisa de natureza quantitativa, transversal, descritivo correlacional, com recurso a uma amostra não probabilística constituída por 98 profissionais de saúde maioritariamente do sexo feminino (58,16%) e com uma média de idades de 39,80 anos (Dp= 9,96). O instrumento de colheita de dados incorporou uma ficha de caraterização sociodemográfica e profissional, e a escala de perceção da adesão, aferida e validada para a população portuguesa.
RESULTADOS
O score da perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação foi de 6,48, valor com expressão acima da média. Os profissionais de saúde que tendencialmente apresentam maior perceção da adesão por parte dos utentes aos programas de reabilitação, são: (i) do sexo feminino; (ii) trabalham maioritariamente com utentes com patologia cárdio-respiratória e neurológica; (iii) e têm na sua maioria a categoria de enfermeiros. Outras variáveis que evidenciaram um efeito estatisticamente significativo e tendencialmente de sentido directo sobre a perceção dos profissionais de saúde face à adesão dos utentes aos programas de reabilitação, foram o tempo de experiência profissional, a idade, o horário de trabalho praticado e o nível de formação académica.
CONCLUSÕES
As evidências encontradas permitem subentender a necessidade que todos os profissionais de saúde ainda têm em continuar a desenvolver, de forma efectiva e transversal e com o envolvimento directo do utente, estratégias que potenciem a adesão destes aos programas de reabilitação. Propomos a formação contínua dos profissionais bem como a realização de campanhas de sensibilização junto da comunidade. Também uma reflexão sobre a adequação e ajustamento dos conteúdos programáticos escolares poderá vir a dar contributos pertinentes para a solução desta problemática.
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Citas
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