Vivências dos Enfermeiros no Cuidado à Pessoa em Fim de Vida no Serviço de Urgência
um estudo qualitativo
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir0208.33827Palavras-chave:
serviço hospitalar de emergência, enfermeiros, cuidados paliativos, cuidados de fim de vidaResumo
Introdução: O acesso ao Serviço de Urgência da pessoa em fim de vida (PFV) com necessidades de cuidados paliativos é uma realidade.
Objetivo: Analisar as vivências dos enfermeiros no cuidado à PFV, no Serviço de Urgência.
Métodos: Estudo qualitativo, com base numa entrevista semiestruturada a um grupo focal de sete enfermeiros de uma Unidade Local de Saúde do Norte de Portugal.
Resultados: Para os enfermeiros a PFV com necessidades de cuidados paliativos é aquela que possui uma doença incurável e pouco tempo de vida. Consideram os cuidados paliativos como cuidados promotores de conforto e bem-estar ao doente, bem-estar à família, promotores de dignidade. No que concerne aos sentimentos/emoções experienciados com estes doentes, expressam sentimentos negativos (frustração) e emoções negativas (tristeza, raiva e revolta). As principais intervenções dirigidas à PFV que destacam enquadram-se no paradigma paliativo. Segundo os enfermeiros, o enfoque na adoção de medidas terapêuticas de índole curativo e não paliativo, decorre da formatação/formação recebida e fruto da pressão da família. Enumeram como principais dificuldades: a sobrecarga de trabalho, os baixos recursos e a falta de apoio institucional. Destacam como principais estratégias de melhoria, o investimento nas equipas multidisciplinares, a melhoria da estrutura física e a reorganização dos cuidados.
Conclusão: Os resultados apontam para um leque de dificuldades associadas às vivências dos enfermeiros no cuidado à PFV.
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