O impacto da COVID-19 no acesso à cirurgia urgente e emergente de um hospital terciário em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.27164Palavras-chave:
SARS-CoV-2; COVID-19; cuidados urgentes; cirurgia; mortalidadeResumo
Introdução: Em Portugal, a mortalidade por todas as causas aumentou nos meses de março e abril de 2020. O objetivo deste estudo consistiu em analisar o impacto da COVID-19 na atividade cirúrgica urgente de um hospital terciário, inferindo sobre o seu significado no excesso de mortalidade não COVID.
Material e Métodos: Variação absoluta e relativa dos dados do Serviço Nacional de Saúde e do banco de dados ORACLE® hospitalar relativos ao atendimento urgente nos períodos de 1 de março a 30 de abril de 2020, período homólogo de 2019 e de 1 de julho a 30 de agosto de 2019.
Resultados: Registaram-se menos 43,78% atendimentos urgentes no Serviço Nacional de Saúde, menos 25,15% cirurgias urgentes neste centro hospitalar, uma redução de 15,03% no trauma cirúrgico e menos 46,15% re-intervenções relativamente ao período homólogo de 2019. Apenas 0,65% dos doentes foram COVID+. Não se registaram contágios intra-hospitalares no perioperatório.
Discussão: Os dados sugerem que a redução do número de cirurgias urgentes neste centro hospitalar se deveu à diminuição do acesso ao Serviço de Urgência e, em menor grau, ao impacto direto das medidas do estado de emergência.
Conclusão: O receio do contágio poderá ter afastado a população dos cuidados urgentes necessários e contribuído para o excesso de mortalidade extra-hospitalar. Consciencializar os utentes da eficácia das medidas preventivas de contágio e do risco inerente à não utilização dos serviços de saúde foi umas das medidas que considerámos prioritárias numa altura de recrudescimento da COVID-19.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Patricia Nave, Joana Ribeiro, Sofia Fernandes, Ana Paulino, Lucindo Ormonde

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Os artigos estão livremente disponíveis para serem lidos, descarregados e partilhados a partir do momento da sua publicação.
A RSPA reserva-se o direito de comercialização do artigo enquanto parte integrante da revista (na elaboração de separatas, por exemplo). O autor deverá acompanhar a carta de submissão com a declaração de cedência de direitos de autor para fins comerciais.
Relativamente à utilização por terceiros a Revista da SPA rege-se pelos termos da licença Creative Commons “Atribuição – uso Não-Comercial (CC BY-NC).
Após publicação na RSPA, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados.