Decisões éticas, neurociências, emoção e razão
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.325Palavras-chave:
Ética, Neurociências, Emoção, Decisão.Resumo
Este trabalho tem por objectivo principal alertar para a necessidade de se rever o paradigma epistemológico tradicional, segundo o qual, a raiz das nossas decisões éticas e morais assenta, permanentemente, numa base racional.
Tendo em consideração os dados obtidos por IRM do cérebro humano constata-se que, efectivamente, a interacção de várias das suas áreas (córtex cingular posterior, girus frontal mediano, sulco temporal superior) contribuem para que a natureza da decisão moral assente, primeiramente, no funcionamento e na organização do cérebro das emoções do que propriamente numa decisão de base racional.
Ao admitir este princípio, várias consequências ocorrem necessariamente não só ao nível de um melhor conhecimento da natureza/cérebro humano no seu acto de decisão moral, como também pelo facto de nos remeter para uma reflexão renovada sobre as grandes questões da liberdade/responsabilidade morais. Para além disso, regista-se ainda o aparecimento de novas áreas do saber que, pelo seu carácter interdisciplinar, contribuem para uma reflexão sobre os contributos das investigações em neurociências e implicações nomeadamente no mundo da justiça, do emprego, da psicologia, da psiquiatria, da filosofia (neurofilosofia) da educação (neuroeducação) e da ética (neuroética).
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