Da criatividade do falar do jovem às práticas pedagógicas criadoras
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.447Palavras-chave:
Falares juvenis, Construção identitária, Ensino de língua portuguesa, Dinâmica da língua, Sentido das expressões.Resumo
Este artigo, ao conferir um novo estatuto aos falares dos jovens, visa a mostrar que, como formas linguísticas que são, estes falares constituem, no ensino médio, uma excelente matéria‑prima para o estudo de língua portuguesa direcionado, não só aos usos da língua, mas ao funcionamento de sua própria estrutura. Tais formas – caracterizadas, muitas vezes, como “desvios”, “linguagens marginais” ou “impróprias” – são, em nosso trabalho, reposicionadas como fruto de uma experimentação criativa dos estudantes autorizada pela língua em si, e, portanto, apreendidas como objetos produtivos de análise e reflexão, o que implica, do ponto de vista dos usos, a compreensão das identidades e subjetividades que lhes atravessam, e, do ponto de vista da estrutura, o abandono de uma concepção estanque de língua e do sentido das expressões. Essas questões apresentam‑se em três seções: a primeira, em que se discutem as dinâmicas interativas e o processo de construção identitária vivificadas, na escola, pelos jovens; a segunda, em que se abordam os desafios pedagógicos e linguísticos de uma educação léxico‑gramatical criadora e integrada ao uso, filiando-nos, para isso, à Teoria das Operações Enunciativas de Antoine Culioli, perspectiva que permite observar, na sistematicidade e nas regras inerentes às construções enunciativas, a criatividade que faz destas mesmas sistematicidades e regras algo dotado de uma dinamicidade produtiva em termos de língua; a terceira, em que se retoma à necessária troca de lentes com as quais observamos os jovens, a escola e, especificamente, as aprendizagens e objetos de ensino de que se ocupam as aulas de português.
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