Xingamentos entre adolescentes em Brasília: linguagem, gênero e poder

Autores

  • Valeska Zanello Instituto de Educação Superior de Brasília
  • Bruna Bukowitz Instituto de Educação Superior de Brasília
  • Elisa Coelho Instituto de Educação Superior de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.25755/int.451

Palavras-chave:

Xingamentos, Relações de gênero, Adolescência, Violência verbal, Bullying.

Resumo

O xingamento é uma poderosa arma de controle social, pois aponta, no ato de seu uso, determinados lugares sociais que não devem ser ocupados pelos sujeitos. Aquilo que é julgado como indesejável varia de acordo com a cultura, com o momento histórico, com a faixa etária e depende de importantes papéis de gênero. O presente artigo teve como escopo estudar quais xingamentos seriam considerados como mais ofensivos, atribuíveis aos homens e às mulheres, por mulheres e homens adolescentes em Brasília. O objetivo foi analisar os valores de gênero nestas respostas e o controle social que os mesmos exercem no ato de xingar entre os adolescentes. Foram aplicados 380 questionários: 243 na escola privada (119 em homens, 124 em mulheres) e 137 na escola pública da periferia (59 em homens e 78 em mulheres). Os dados foram submetidos a uma análise de conteúdo (Bardin, 1997). Foi possível apreender, em geral, as seguintes categorias: comportamento sexual (ativo ou passivo), traços de caráter (relacional ou de auto-investimento), atributos físicos, atributos intelectuais, família, e pessoalidade.  As categorias de xingamentos mais expressivas atribuíveis aos homens foram o comportamento sexual ativo e traços de caráter de autoinvestimento; já em relação às mulheres, destacaram-se o comportamento sexual passivo e traços de caráter relacionais. Os dados apontam que, apesar das mudanças sociais, os valores exigidos em relação aos homens e mulheres são bastante tradicionais.

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Publicado

2011-04-07

Como Citar

Zanello, V., Bukowitz, B., & Coelho, E. (2011). Xingamentos entre adolescentes em Brasília: linguagem, gênero e poder. Revista Interacções, 7(17). https://doi.org/10.25755/int.451

Edição

Secção

Número 17 - Escola e linguagens juvenis: resistência ou abertura ao novo? (II)