Naturezas artificiais e a diferença paradoxal entre ciências e culturas

Autores

  • Antonio Carlos Rodrigues de Amorim Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Maria Lívia Conceição Marques Ramos Gonçalves Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.25755/int.6371

Palavras-chave:

Estudos Culturais das Ciências, Divulgação Científica, Natureza Cultura, Imagem.

Resumo

A partir da segunda metade do século XX, a cultura vem ampliando seu espectro de ação dentro das práticas sociais e disciplinas tradicionais, e essa “virada cultural”, dentre outras coisas, abala um dos paradigmas centrais da ciência moderna, que é separação entre natureza e cultura. Neste artigo, propondo que a educação em ciências priorize as potências de significação das diferenças, analisaremos a produção de dois diferentes artistas visuais latinoamericanos, cujos trabalhos contribuem para pensarmos os papeis das representações culturais das ciências no processo de significação e poder a partir de imagens e narrativas de suas obras.  Exploraremos, a partir das imagens das instalações artísticas e com referencial teórico do campo dos Estudos Culturais das Ciências, em suas vertentes pós-estruturalistas, as imagens como linguagem – produtora de sentido e não reveladora de um sentido já existente no mundo “real”. Inicialmente, nossa reflexão acontecerá com Memento mori, exposição do artista catarinense Walmor Corrêa. Pensamos a partir dela, a construção do discurso biológico, e seus pressupostos de verdade. Somando-se intensidades à crítica à separação entre natureza e cultura, nas artes plásticas, dimensionaremos o trabalho do colombiano Alberto Baraya, via sua reflexividade sobre o “impulso colecionista” na obra Herbário de plantas artificiais. No contexto de discussão sobre dissolução da tênue fronteira que separa a ciência e cultura, será analisada a obra do artista em diálogo com fragmentos textuais de suas entrevistas, reconhecendo os “impulsos que movem o artista”, tais como a desconstrução da imagem do naturalista, e, por consequência, de alguns discursos da ciência.

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Publicado

2015-01-05

Como Citar

Amorim, A. C. R. de, & Gonçalves, M. L. C. M. R. (2015). Naturezas artificiais e a diferença paradoxal entre ciências e culturas. Revista Interacções, 10(31). https://doi.org/10.25755/int.6371