‘Não sabiam que eu vinha?’: a transição de dois estudantes surdos do ensino secundário para o universitário
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.6732Palavras-chave:
Educação inclusiva, Surdos, Transições, Ensino secundário, Ensino superior.Resumo
Portugal subscreveu os princípios da educação inclusiva (UNESCO, 1994). Contudo, as alterações legislativas nem sempre foram conceptualmente claras, nem abrangem todos os níveis de ensino (César, 2012). Os estudantes sinalizados, como os surdos3, vivenciam formas de exclusão escolar e social. Focamo-nos na transição de dois estudantes surdos do ensino secundário para o ensino superior, iluminando aspectos que facilitam a respectiva inclusão e acesso ao sucesso escolar, bem como as barreiras. Apresentam uma surdez profunda e severa, anterior à apropriação da primeira língua, que foi a língua portuguesa (LP). Frequentaram o 12.º ano de escolaridade na mesma turma, com colegas ouvintes (Borges & César, 2012). Tinham uma idade próxima da esperada. Assumimos um paradigma interpretativo (Denzin, 2002) e um design de estudo de caso intrínseco (Stake, 1995/2009). São também participantes as mães deles, colegas, professores de Matemática e Educação Especial, psicólogos e a investigadora. Os instrumentos de recolha de dados são: entrevistas; observação; conversas informais; questionários; tarefas de inspiração projectiva; protocolos dos estudantes e recolha documental. O tratamento e a análise de dados baseiam-se numa análise de conteúdo narrativa (Clandinin & Connelly, 1998). Os resultados iluminam uma acentuada disparidade entre a preparação organizacional dos ensinos secundário e superior. A ausência de adaptações e apoios no ensino superior torna as barreiras ao acesso ao sucesso escolar e à comunicação um assunto essencial.
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