A penhora de veículo com reserva de propriedade a favor do exequente
DOI :
https://doi.org/10.34625/issn.2183-2705(37)2025.ic-3Mots-clés :
comércio automóvel; compra e venda; reserva de propriedade; financiador; exequente; penhora; registo.Résumé
No âmbito do comércio automóvel, a natureza e a função da reserva de propriedade têm originado, na jurisprudência e na doutrina, aceso debate e decisões discordantes. Os pontos mais discutidos prendem-se, por um lado com a possibilidade de a reserva de propriedade poder ser convencionada a favor de terceiro, normalmente o financiador, seja ab initio seja por efeito de transmissão da posição jurídica do vendedor/reservador, e, por outro, com a nomeação à penhora da própria coisa objeto do negócio jurídico em que a reserva de propriedade haja sido clausulada. Neste trabalho abordaremos o tema partindo de duas premissas:
Reserva de propriedade clausulada em contrato de alienação, a favor do vendedor, simultaneamente financiador, ainda que deixando notas sobre a possibilidade de transmissão de posição do vendedor (e reservador inicial) à entidade financiadora; e
Opção pelo cumprimento coercivo do contrato, com nomeação à penhora do próprio veículo ou da expetativa de aquisição detida pelo devedor.
Desenvolve-se o texto para a questão do registo da penhora (seja do veículo seja da expetativa de aquisição), abordando as diferentes possibilidades de qualificação do pedido e da natureza do registo a efetuar, com referência, também, a doutrina do IRN sobre o tema.
Références
CAMPOS, Maria Isabel Helbling Menéres, A Reserva de Propriedade: do vendedor ao financiador, Coimbra Editora, 1ª edição, 2013.
COELHO, Luís Carlos Almeida Girão Pereira, A Reserva de Propriedade a Favor da Entidade Financiadora, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, 2016, acessível em https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/34848/1/A%20Reserva%20de%20Propriedade%20a%20Favor%20da%20Entidade%20Financiadora.pdf
FERNANDES, Maria Malta, A Problemática do risco nos contratos de compra e venda e venda com estipulação de cláusula de reserva de propriedade, 2012, acessível em https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/4989/1/PTE_MariaFernandes_2012.pdf
GODINHO, João Carlos Gonçalves, Da Admissibilidade da cláusula de reserva de propriedade a favor de terceiro financiador, Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Direito | Escola do Porto, 2019, acessível em https://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/30244
GUERREIRO, J.A. Mouteira, O Estatuto do Conservador, in Temas de Registos e de Notariado, 2010, Coimbra, Almedina.
GUERREIRO, J.A Mouteira, Manual de Direito Registral Imobiliário, 2022, Coimbra, Almedina.
JARDIM, Mónica, Efeitos substantivos do Registo Predial: terceiros para efeitos de registo, Coimbra, 2013, Almedina.
JARDIM, Mónica, A actual problemática a propósito do princípio da consensualidade, e O sistema de Registo Predial Português - perspectiva geral e sintética, in Estudos de Direitos Reais e Registo Predial, Coimbra, 2018, Gestlegal.
SILVA, Maria José Magalhães, Registo da Propriedade de Veículos, legislação e notas práticas, Lisboa, Quid Juris, 2016.
VASCONCELOS, Luís Miguel Pestana de, A cessão de créditos e a insolvência. Em particular a posição do cessionário na insolvência do cedente, Coimbra Editora, 2007.
JURISPRUDÊNCIA CITADA
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, Proc. nº 05B3932, Bettencourt de Faria (relator), de 02-02-2006.
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 10/2008, Processo n.º 3965/07 - 1.ª Secção, Paulo Armínio de Oliveira e Sá (relator), Diário da República, 1.ª série, de 14 de Novembro de 2008, https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/acordao-supremo-tribunal-justica/10-2008-439848
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, Proc. nº 844/09.8TVLSB.L1.S1, Maria Clara Sottomayor (relator), de 30-09-2014.
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, Proc. nº 3112/2007-1, Isoleta Costa (relator), de 08-05-2007.
Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, Proc. n.º 3486/07.9TBGDM.P1, Joana Salinas (relator), de 30-09-2010.
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, Proc. nº 4046/15.6T8SNT-C.L1-2, Nelson Borges Carneiro (relator), de 05-03-2020.
Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, Proc. nº 741/22.1T8VLG.P1, Manuel Fernandes (relator), de 14-11-2022.
Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, Proc. nº 2883/23.7T8OER-A.L1-2, António Moreira (relator), de 07-12-2023.
PARECERES DO IRN CITADOS
Proc. R.P. 141/2004 DSJ-CT, in BRN n.º 3/2005, II Caderno.
Proc. R.P. 260/2006 DSJ-CT, de 04-06-2007.
Proc. R. P. 261/2006 DSJ-CT de 27-11-2007.
Proc. C.Bm. 43/2007 DSJ-CT, de 02-03-2009.
Proc. R.P. 19 e 20/2008 DSJ-CT, de 30-06-2008.
Proc. R.P. 80/2012 SJC-CT, de 23-11-2012.
Proc. R.P. 91/2012 SJC-CT, de 25-03-2013.
Proc. R.P. 97/2012-SJC-CT, de 03-04-2013.
Proc. 21/CC/2015 (C.P. 92/2014 STJ-CC), de 02-03-2015.
Proc. 65/CC/2015 (R P 56/2015 STJ-CC), de 06-10-2015.
Proc. 15/CC/2020 (R. P. 10/2020 STJSR-CC), de 03-06-2020.
Proc. 19/CC/2021 - R P 88/2020 STJSR-CC, de 28-07-2021.
Proc. 19/CC/2023 (Pº R.P.136/2022 SJ-CC), de 04-07-2023.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Maria José Magalhães SILVA 2025

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Authors who published in the journal agree to the following terms:
- The Authors grant the Journal the right of first publication, and other non-exclusive publishing rights, licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with recognition of its initial publication in this journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in an institutional repository or as a chapter in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post and distribute their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See The Effect of Open Access).
RJP does not apply submission, publication or any other fees of any nature. Its articles are open access, with the goal of disseminating scientific knowledge and the debate of legal topics in the area of Legal Sciences.