Frequência respiratória e variáveis correlatas aumentam com a frequência gestual de nado ao longo de domínios de intensidade crescente

Autores

  • José Francisco de Magalhães Centro de Investigação, Formação, Inovação e Intervenção em Desporto e Laboratório de Biomecânica do Porto, Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3495-7612
  • Ana Sofia Monteiro Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
  • João Paulo Vilas-Boas Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
  • Ricardo Jorge Fernandes Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.6063/motricidade.25137

Resumo

Nas diferentes técnicas da natação pura, a imersão da face causa evidentes constrangimentos à respiração e respetiva coordenação com a ação dos membros superiores e inferiores. O objetivo do presente estudo foi verificar a relação entre a frequência gestual (FG), a frequência respiratória (FR), a ventilação (VE), o volume corrente (VC) e o consumo de oxigénio (VO2) da técnica de crol. Doze nadadores de competição realizaram um protocolo de 7 × 200 m crol com incrementos de 0,05 m·s-1 e 30 s intervalo entre patamares, sendo as variáveis respiratórias avaliadas através de um analisador de gases portátil K4b2 ligado ao nadador por um snorkel respiratório Aquatrainer® (Cosmed, Itália). As concentrações sanguíneas de lactato, obtidas através de punção de um dedo da mão e um doseador portátil, permitiram definir os domínios de intensidade baixo, moderado, pesado e severo. Foram utilizados uma ANOVA de medidas repetidas e o coeficiente de correlação de Pearson como procedimentos estatísticos. Verificou-se um aumento das variáveis em estudo ao longo dos quatro domínios de intensidade (e.g. VO2 [31,9-51,6] mL·kg·min-1), exceto o VC que se manteve estável ([2,1-2,3] l·min-1). Em todos os domínios de nado a FR manteve-se superior à FG ([26,8-45,4] r·min-1 e [24,5-34,7] ciclos·min-1; respetivamente). Complementarmente, a FR apresentou uma relação direta substancial com a VE e com a FG (r= 0,51 e 0,60, respetivamente) e fraca com o VO2 (r= 0,29), todas para p< 0,05. Com o aumento da intensidade de nado verifica-se um aumento esperado da FG que, devido ao padrão respiratório específico da técnica de crol (mesmo nadando com um snorkel respiratório), leva a um aumento da FR. Todavia, a FR aumentou mais do que a FG, sugerindo que o uso do snorkel pode desvirtuar a fisiologia respiratória do nadador. Dado o comportamento constante do VC ao longo dos domínios de intensidade de nado, o aumento da VE parece dever-se predominantemente ao aumento da FR.

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Publicado

2022-02-10

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