Maus tratos na criança – Outra perspetiva da obesidade infantil

Autores

  • Inês Azevedo Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga https://orcid.org/0000-0002-2838-0610
  • Benedita Bianchi Aguiar Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga https://orcid.org/0000-0002-5371-3819
  • Joana Silva Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Elizabeth Marques Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Maria José Silva Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
  • Virgínia Monteiro Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga https://orcid.org/0000-0003-3735-7401
  • Lúcia Gomes Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga https://orcid.org/0000-0002-3392-0335
  • Miguel Costa Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga https://orcid.org/0000-0003-2329-8914

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v32.i4.26514

Palavras-chave:

índice de massa corporal, maus tratos, negligência, obesidade infantil

Resumo

A obesidade infantil é uma condição multifatorial. Casos extremos estão frequentemente associados à incapacidade de os cuidadores aderirem ao plano alimentar recomendado, apesar de alertados para os riscos potenciais associados ao seu não cumprimento.
Uma criança de sete anos de idade do sexo feminino, com índice de massa corporal (IMC) de 38,6 Kg/m2 (z-score +7,3) e diversas comorbilidades, foi seguida em consulta de Nutrição Pediátrica. Após várias tentativas de sensibilização da família dos potenciais riscos associados à obesidade, foi decidido em reunião multidisciplinar colocar a criança num centro de acolhimento. Com recurso a alimentação adequada e prática regular de exercício físico, foi observada uma melhoria notória do IMC (23,5 kg/m2; z-score +2,06). Após três anos, a rapariga regressou a casa da família por decisão do tribunal, com subsequente agravamento do IMC (máximo de 40,7 kg/m2; z-score +4,07), apesar da informação transmitida pela equipa médica ao serviço social e ao tribunal.
Os cuidadores desempenham um papel essencial na prevenção da obesidade infantil. A recusa persistente no cumprimento de recomendações terapêuticas, juntamente com indiferença perante sinais de gravidade, preenchem critérios de maus tratos.

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Publicado

2024-01-23

Como Citar

1.
Azevedo IA, Aguiar BB, Silva J, Marques E, Silva MJ, Monteiro V, Gomes L, Costa M. Maus tratos na criança – Outra perspetiva da obesidade infantil. REVNEC [Internet]. 23 de Janeiro de 2024 [citado 17 de Agosto de 2024];32(4):310-3. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/26514

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