Infeções sexualmente transmissíveis e factores de risco nas adolescentes e jovens: Dados de um Centro de Atendimento a Jovens

Autores

  • Maria Isabel Sá Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Maria Teresa Silva Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Daniela Almeida Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Bruna Vieira Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Tânia Lima Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Cidália Conde Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Marcília Teixeira Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Joana Lima Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto
  • Teresa Oliveira Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i2.8560

Palavras-chave:

adolescentes, jovens, factores de risco, infeções sexualmente transmissíveis

Resumo

Introdução: As infeções sexualmente transmissíveis (ISTs) têm alta prevalência nas adolescentes e jovens, estando associadas a morbilidade significativa.

Objectivos: Determinar a prevalência de ISTs numa amostra de jovens e avaliar os factores que se associam a aumento do risco de ISTs.

Material e Métodos: Estudo transversal que incluiu 100 jovens do sexo feminino abaixo de 27 anos, divididas em dois subgrupos: assintomáticas e com sintomas ginecológicos. Foram colhidas variáveis demográficas e clínicas, realizado exame ginecológico com colheita de exsudado cervico-vaginal para pesquisa de Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, e realizadas serologias das Hepatites B e C, Vírus da Imunodeficiência Humana, Sífilis e Herpes simplex tipo2. As associações significativas entre variáveis (p<0.05) foram identificadas através do teste qui-quadrado.

Resultados: Encontrou-se evidência de pelo menos uma IST em 16% da amostra. Os resultados foram:Trichomonas em 1%, Chlamydia em 7%, Neisseria em 1%, Sífilis em 1% e Herpes simplex tipo2 em 12%. O número de parceiros sexuais superior a 5 e a ectopia cervical associaram-se a aumento de risco de evidência laboratorial de pelo menos uma IST (p=0.009 e p=0.006 respectivamente).

Conclusões: A prevalência de ISTs encontrada justifica o investimento continuado na educação das jovens no sentido do adiamento do início da actividade sexual e do uso consistente do método de barreira. Os profissionais de saúde que contactam com este grupo etário, devem ter em conta a importância do rastreio das ISTs e do seu tratamento, de modo a prevenir as suas complicações tardias.

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Publicado

2015-06-15

Como Citar

1.
Sá MI, Silva MT, Almeida D, Vieira B, Lima T, Conde C, Teixeira M, Lima J, Oliveira T. Infeções sexualmente transmissíveis e factores de risco nas adolescentes e jovens: Dados de um Centro de Atendimento a Jovens. REVNEC [Internet]. 15 de Junho de 2015 [citado 18 de Julho de 2024];24(2):64-9. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/8560

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