Infeções sexualmente transmissíveis e factores de risco nas adolescentes e jovens: Dados de um Centro de Atendimento a Jovens
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i2.8560Palavras-chave:
adolescentes, jovens, factores de risco, infeções sexualmente transmissíveisResumo
Introdução: As infeções sexualmente transmissíveis (ISTs) têm alta prevalência nas adolescentes e jovens, estando associadas a morbilidade significativa.
Objectivos: Determinar a prevalência de ISTs numa amostra de jovens e avaliar os factores que se associam a aumento do risco de ISTs.
Material e Métodos: Estudo transversal que incluiu 100 jovens do sexo feminino abaixo de 27 anos, divididas em dois subgrupos: assintomáticas e com sintomas ginecológicos. Foram colhidas variáveis demográficas e clínicas, realizado exame ginecológico com colheita de exsudado cervico-vaginal para pesquisa de Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, e realizadas serologias das Hepatites B e C, Vírus da Imunodeficiência Humana, Sífilis e Herpes simplex tipo2. As associações significativas entre variáveis (p<0.05) foram identificadas através do teste qui-quadrado.
Resultados: Encontrou-se evidência de pelo menos uma IST em 16% da amostra. Os resultados foram:Trichomonas em 1%, Chlamydia em 7%, Neisseria em 1%, Sífilis em 1% e Herpes simplex tipo2 em 12%. O número de parceiros sexuais superior a 5 e a ectopia cervical associaram-se a aumento de risco de evidência laboratorial de pelo menos uma IST (p=0.009 e p=0.006 respectivamente).
Conclusões: A prevalência de ISTs encontrada justifica o investimento continuado na educação das jovens no sentido do adiamento do início da actividade sexual e do uso consistente do método de barreira. Os profissionais de saúde que contactam com este grupo etário, devem ter em conta a importância do rastreio das ISTs e do seu tratamento, de modo a prevenir as suas complicações tardias.
Downloads
Referências
Fonseca H. Compreender os Adolescentes, Um Desafio para Pais e Educadores. Lisboa: Editorial Presença; 2012. P. 17-22.
Sexually transmitted diseases: Overview of issues specific to adolescents. www.uptodate.com (3 Mar 2014, last update).
Hiltabiddle SJ. Adolescent Condom Use, the Health Belief model, and the Prevention of Sexually Transmitted Disease. Journal of Obstetric, Gynecologic, & Neonatal Nursing. 1996; 25(1): 61-6.
Adolescent sexuality. www.uptodate.com (26 Jun 2013, last update).
Yarber WL, Parrillo AV. Adolescents and Sexually Transmitted Diseases. Journal of School Health. 1992; 62(7): 331-8.
Diclemente RJ, Wingood GM, Sionéan C, Crosby R, Harrington K, Davies S, Hook EW, Oh MK. Association of Adolescents’ History of Sexually Transmitted Disease (STD) and Their Current High-Risk Behavior and STD Status, A Case for Intensifying Clinic-Based Prevention Efforts. Sexually Transmitted Diseases. 2002; 29(9):503-9.
Shrier LA, Goodman E, Emans SJ. Partner Condom Use Among Adolescent Girls with Sexually Transmitted Diseases. Journal of Adolescent Health. 1999; 24: 357-61.
Srivastava P, Jha R, Bas S, Salhan S, Mittal A. In infertile women, cells from Chlamydia trachomatis infected site release higher levels of interferon-gamma, interleukin-10 and tumor necrosis factor-alpha upon heat shock protein stimulation than fertile women. Reproductive Biology and Endocrinology. 2008; 6:20.
Stephens AJ, Aubuchon M, Schust DJ. Antichlamydial Antibodies, Human Fertility, and Pregnancy Wastage. Infectious Diseases in Obstetrics and Gynecology. 2011; ID525182.
Paavonen J, Eggert-Kruse W. Chlamydia trachomatis: impact on human reproduction. Human Reproduction Update. 1999; 5:433-47.
Haggerty CL, Gottlieb SL, Taylor BD, Low N, Xu F, Ness RB. Risk of Sequelae after Chlamydia trachomatis Genital Infection in Women. The Journal of Infectious Diseases. 2010; 201(S2): S134-55.
Kamwendo F, Forslin L, Bodin L, Danielsson D. Decreasing Incidences of Gonorrhea- and Chlamydia-Associated Acute Pelvic Inflammatory Disease, A 25-Year Study From an Urban Area of Central Sweden. Sexually Transmitted Diseases. 1996; 23(5):384-91.
Sonnenberg P, Clifton S, Beddows S, Field N, Soldan K, Tanton C, et al. Prevalence, risk factors, and uptake of interventions for sexually transmitted infections in Britain: findings from the National Surveys of Sexual Attitudes and Lifestyles (Natsal). The Lancet. 2013; 382:1795-806.
Lammers C, Ireland M, ResnicK M, Blum R. Influences on Adolescents’ Decision to Postpone Onset of Sexual Intercourse: a Survival Analysis of Virginity Among Youths Aged 13 to 18 Years. Journal of Adolescent Health. 2000; 26:42-8.
Aventura Social & Saúde, A Saúde dos Adolescentes Portugueses, Relatório do estudo HBSC 2010. 2010.
Mansouri R, Santos XM. Doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes. Patient care – edição portuguesa. 2014. 19(199): 23-31.
Neves F, Marques F, Carnide C. Infeções Sexualmente transmissíveis. Actualizações em Saúde Reprodutiva e Sexualidade na Adolescência. 2014; 79-88.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright and access
This journal offers immediate free access to its content, following the principle that providing free scientific knowledge to the public provides greater global democratization of knowledge.
The works are licensed under a Creative Commons Attribution Non-commercial 4.0 International license.
Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal do not charge any submission or processing fee to the articles submitted.