Eficácia da Reabilitação Pélvica na Pessoa com Incontinência Fecal após cirurgia colorretal
DOI:
https://doi.org/10.48492/servir0205.29751Palavras-chave:
Incontinência fecal, Assoalhado Pélvico, Cirurgia colorretal, Eficácia da ReabilitaçãoResumo
Introdução: A incontinência fecal (IF) apresenta efeitos deletérios nos doentes, resultando em desconforto, ansiedade, constrangimento e alterações profundas na sua qualidade de vida. Existem evidencias ténues de que estes efeitos podem ser minorados com a implementação de programas de reabilitação pélvica
Objetivo: Avaliar a eficácia da implementação de programas de reabilitação pélvica na pessoa com incontinência fecal, após cirurgia colorretal.
Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura. A seleção de artigos científicos foi efetuada através da plataforma informática EBSCOhost, com recurso às bases de dados: PubMed, CINAHL, MedicLatina, Complementary Index e ScienceDirect, com data de publicação entre 2010-2019. Os estudos foram analisados e avaliados criticamente por dois revisores de forma independente, respeitando os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos, ficando o corpus do estudo constituído por 4 artigos, de qualidade metodológica comprovada.
Resultados: Constatou-se que há melhorias significativas na redução da incontinência fecal após implementação de programas de reabilitação pélvica. O biofeedback mostrou constituir-se um método bastante seguro e eficaz no tratamento de doentes com esta patologia. As evidencias apontam ainda para tratamentos não farmacológicos que incluam programas de biofeedback, combinados com treino muscular do pavimento pélvico e electroestimulação anal (programas multimodais) relevantes na melhoria da IF.
Conclusão: Existe de facto eficácia nos programas de reabilitação pélvica na pessoa com incontinência fecal após cirurgia colorretal, com destaque para o recurso ao biofeedback e programas multimodais. Emerge ainda a necessidade dos Enfermeiros de reabilitação desenvolverem programas de intervenção estruturados que otimizem a qualidade de vida destes doentes.
Downloads
Referências
Boyer O, Bridoux V. Déhayes J, Le Corre S, Jacquot S, Bastit D, Martinet J, Houivet E, Tuech JJ, Benichou J, Michot F; the Study Group of Myoblast Therapy for Faecal Incontinence. Autologous Myoblasts for the Treatment of Fecal Incontinence: Results of a Phase 2 Randomized Placebo-controlled Study (MIAS). Ann Surg. 2018 Mar;267(3):443-450. doi: 10.1097/SLA.0000000000002268. PMID: 28426476; PMCID: PMC5805121
Duelund-Jakobsen, J., Worsoe, J., Lundby, L., Christensen, P., & Krogh, K. (2016). Management of patients with faecal incontinence. Ther Adv Gastroenterol, Vol. 9(1), 86–97. doi: 10.1177/ 1756283X15614516
Guinane, J., & Crone, R. (2018). Management of faecal incontinence in residential aged care. The Royal Australian College of General Practitioners; vol. 47, 1-2, 40-42. doi: 10.31128/AFP-08-17-4301
International Continence Society. Bo, K., Frawley, HC, Haylen, BT et al. Um relatório conjunto da Associação Internacional de Uroginecologia (IUGA)/Sociedade Internacional de Continência (ICS) sobre a terminologia para o manejo conservador e não farmacológico da disfunção do assoalho pélvico feminino. Int Urogynecol J 28 , 191–213 (2017). https://doi.org/10.1007/s00192-016-3123-4
Jelovsek, J.E., Markland, A.D., Whitehead, W.E., Barber, M.D. et al. (2019). Controlling faecal incontinence in women by performing anal exercises with biofeedback or loperamide: a randomised clinical trial. The Lancet; vol. 4, 9, 698-710. DOI:https://doi.org/10.1016/S2468-1253(19)30193-1
Joanna Briggs Institute. (2020). JBI Manual for Evidence Synthesis. Aromataris E, Munn. https://doi.org/10.1016/j.jclinepi.2022.04.00
Torre, FL, & Coletta, D. (2018). Incontinência Fecal. Doenças Proctológicas na Prática Cirúrgica. doi: 10.5772/intechopen.77393
Limão, R. P., & Martins, R. M. (2021). Efetividade de programas de enfermagem de reabilitação no equilíbrio, marcha e independência funcional em idosos hospitalizados. Revista de Enfermagem. Referência, 5(8), e20205. https://doi.org/10.12707/RV20205
Lin, K.Y., Denehy, L., Granger, C.L., & Frawley, H.C. (2019). Pelvic floor outcomes in patients who have undergone general rehabilitation following surgery for colorectal cancer: A pilot study. Physiother Theory Pract.; 35(3), 206-218. doi: 10.1080/09593985.2018.1443184.
Lopez, J. P., Orgaz, A. C., Martín J. L. M., (2017). Revisión: Incontinência Fecal. Revista Acircal, 4, 2, 12-38. http://www.acircal.net/revista/files/10/02_Revision_IF_HULP.PDF
Martins, R., Fernandes, J., Martins, S., Carvalho, N., Batista, S. (2021). Efficacy of cardiac rehabilitation on the quality of life of people: Integrative literature review. Servir, 2(1), 83-93. DOI: https://doi.org/10.48492/servir0201.25859
Menees, S. B., Almario, C. V., Spiegel, B. M. R., & Chey, W. D. (2018). Prevalence of and Factors Associated With Fecal Incontinence: Results From a Population-Based Survey. Gastroenterology, 154(6), 1672–1681.e3. https://doi.org/10.1053/j.gastro.2018.01.062
Morales-Soriano, R., Esteve-Pérez, N., Segura-Sampedro, J. J., Cascales-Campos, P., Barrios, P., & Spanish Group of Peritoneal Malignancy Surface (GECOP) (2018). Current practice in cytoreductive surgery and HIPEC for metastatic peritoneal disease: Spanish multicentric survey. European journal of surgical oncology : the journal of the European Society of Surgical Oncology and the British Association of Surgical Oncology, 44(2), 228–236. https://doi.org/10.1016/j.ejso.2017.11.012
Murad-Regadas, S.M., Caetano A.C., Gonçalves B., Cajazeiras-Oliveira, M.T.C., Duarte, V.C., & Rolanda C. (2013). Biofeedback no tratamento clínico da incontinência fecal. Que fatores interferem nos resultados? Revista Portuguesa de Coloproctologia, 18, P01. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-205039.
Murad-Regadas, S.M., Regadas, F.S.P., Regadas Filho, F.S.P. et al. (2019). Predictors of unsuccessful of treatment for fecal incontinence biofeedback for fecal incontinence in female. Arq Gastroenterol.; 56(1), 61-65. doi: 10.1590/S0004-2803.201900000-17.
Nuernberg, D., Saftoiu, A., Barreiros, A. P., Burmester, E., Ivan, E. T., Clevert, D. A., Dietrich, C. F., Gilja, O. H., Lorentzen, T., Maconi, G., Mihmanli, I., Nolsoe, C. P., Pfeffer, F., Rafaelsen, S. R., Sparchez, Z., Vilmann, P., & Waage, J. E. R. (2019). EFSUMB Recommendations for Gastrointestinal Ultrasound Part 3: Endorectal, Endoanal and Perineal Ultrasound. Ultrasound international open, 5(1), E34–E51. https://doi.org/10.1055/a-0825-6708
Ordem dos Enfermeiros. (2016). Enfermagem de Reabilitação - Instrumentos de recolha de dados para a documentação dos Cuidados Especializados em Enfermagem de Reabilitação https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/colegios/Documents/2017/InstRecolhaDadosDocumentacaoCuidEnfReabilitacao_Final_2017.pdf
Townsend, M. K., Matthews, C. A., Whitehead, W. E., & Grodstein, F. (2018). Risk factors for fecal incontinence in older women. The American journal of gastroenterology, 108(1), 113–119. https://doi.org/10.1038/ajg.2012.364
Paquette, I. M., Varma, M. G., Kaiser, A. M., Steele, S. R., & Rafferty, J. F. (2015). The American Society of Colon and Rectal Surgeons' Clinical Practice Guideline for the Treatment of Fecal Incontinence. Diseases of the colon and rectum, 58(7), 623–636. https://doi.org/10.1097/DCR.0000000000000397
Parker, C. H., Henry, S., & Liu, L. W. C. (2019). Efficacy of Biofeedback Therapy in Clinical Practice for the Management of Chronic Constipation and Fecal Incontinence. Journal of the Canadian Association of Gastroenterology, 2(3), 126–131. https://doi.org/10.1093/jcag/gwy036
Pucciani, F., Ringressi, M. N., Redditi, S., Masi, A., & Giani, I. (2008). Rehabilitation of fecal incontinence after sphincter-saving surgery for rectal cancer: encouraging results. Diseases of the colon and rectum, 51(10), 1552–1558. https://doi.org/10.1007/s10350-008-9312-6
Redol, F., Rocha, C. (2016). Avaliação da Função Eliminação. In Cristina Marques-Vieira, Luís Sousa, Cuidados de Enfermagem de Reabilitação à Pessoa ao Longo da Vida (pp. 189-202) Loures: Lusodidacta. https://www.lusodidacta.pt/enfermagem/323-cuidados-de-enfermagem-de-reabilitacao-a-pessoa-ao-longo-da-vida
Van der Wilt, A. A., Giuliani, G., Kubis, C., van Wunnik, B. P. W., Ferreira, I., Breukink, S. O., Lehur, P. A., La Torre, F., & Baeten, C. G. M. I. (2017). Randomized clinical trial of percutaneous tibial nerve stimulation versus sham electrical stimulation in patients with faecal incontinence. The British journal of surgery, 104(9), 1167–1176. https://doi.org/10.1002/bjs.10590
Winkelman, W. D., Demtchouk, V. O., Brecher, L. G., Erlinger, A. P., Modest, A. M., & Rosenblatt, P. L. (2021). Long-term Fecal Incontinence, Recurrence, Satisfaction, and Regret After the Transobturator Postanal Sling Procedure. Female pelvic medicine & reconstructive surgery, 27(4), 244–248. https://doi.org/10.1097/SPV.0000000000000769
Young, C. J., Zahid, A., Koh, C. E., Young, J. M., Byrne, C. M., Solomon, M. J., Rex, J., & Candido, J. (2018). A randomized controlled trial of four different regimes of biofeedback programme in the treatment of faecal incontinence. Colorectal disease : the official journal of the Association of Coloproctology of Great Britain and Ireland, 20(4), 312–320. https://doi.org/10.1111/codi.13932
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 rosa maria lopes martins

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
No intuito de promover a livre circulação do conhecimento, a Servir funciona em regime de acesso livre (open access). Todo o seu conteúdo está disponível e protegido sob a licença Creative Commons (CC BY 4.0).
A revista permite o auto-arquivo em repositórios institucionais de todas as versões, podendo ficar imediatamente disponíveis.