Resposta da Anestesiologia Portuguesa à Pandemia por COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.20183Palavras-chave:
Anestesiologia, Inquéritos e Questionários, COVID-19, SARS-CoV-2, Medicina Perioperatória, Gestão em SaúdeResumo
Introdução: O número de infetados com COVID-19 em Portugal já ultrapassa os 30.000. O Anestesiologista teve um papel importante na resposta a pandemia, pela transversalidade da sua atividade, nomeadamente na Medicina Intensiva, Emergência, Terapêutica da Dor e Medicina Perioperatória no Bloco Operatório, Imagiologia, Gastroenterologia, Pneumologia e Obstetrícia. Os principais objetivos deste estudo foram caraterizar o papel da Anestesiologia durante a pandemia por COVID-19 e aferir a organização das instituições hospitalares em Portugal.
Material e Métodos: Estudo transversal, observacional, descritivo, analítico realizado através de questionário por e-mail, dirigido a Anestesiologistas a trabalhar em Portugal. O questionário incluía 10 questões de caráter sociodemográfico e profissional, 20 questões para caracterizar a organização dos recursos humanos e 35 questões acerca da gestão logística dos espaços físicos dos Serviços.
Resultados: Obtiveram-se 266 respostas. 47,4% dos inquiridos contribuíram diretamente nos cuidados a doentes com COVID-19. Relativamente à gestão logística dos Serviços, 80% admitiu que o seu Serviço desenvolveu um plano de contingência; 41,4% referiu que as Unidades de Cuidados Pós-anestésicos foram convertidas em Unidades de Cuidados Intensivos e 66,9% indicou um aumento no número de camas de cuidados intensivos superior a 75%. A maioria concorda que o Serviço de Anestesiologia a que pertence fez uma gestão adequada dos recursos humanos na pandemia.
Discussão e Conclusões: O papel da Anestesiologia mostrou-se crucial no combate à pandemia, nas diversas áreas que domina. Neste período, os anestesiologistas portugueses reorganizaram-se criando novos modelos de trabalho com o objetivo de melhorar o outcome dos doentes e minimizar o risco de infeção.
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