Ensino pela Produção Textual
Aprendizagem Sociocultural
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.23893Resumo
O ensino do texto escrito em salas de aula brasileiras tem sido um desafio constante para os professores, principalmente com estudantes pouco afeitos à leitura e à escrita. O objetivo deste artigo é apresentar os resultados da proposta de ensino de Língua Portuguesa desenvolvida em situação de ensino colaborativo, tendo o trabalho como princípio educativo, com ênfase nas interações sociais, especialmente na relação professor e aluno. A metodologia de ensino norteia-se pelos pressupostos Vygotskyanos de teoria da atividade, Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e trabalho como princípio educativo. As análises são feitas a partir dos relatos de experiências dos professores e do material escrito dos vinte e nove alunos, recolhido ao longo da pesquisa, com destaque para o grupo de sete alunos com dificuldades significativas de escrita, cujos textos apresentavam variedades linguísticas distintas da variedade linguística usada na escola, norma padrão da língua portuguesa, e modos de produção do texto escrito mais integrados ao modo narrativo de fala do que ao modo cartesiano de escrita. A referida proposta de ensino-aprendizagem se mostrou relevante, pois capacitou cinco dos sete alunos a produzirem textos a partir dos diferentes usos sociais da língua, no campo de desenvolvimento da linguagem, enquanto os demais alunos, que continuaram apresentando dificuldade na produção, demonstraram potencial para a produção de texto em colaboração com o professor. Conclui-se que a metodologia de ensino apresentada se mostrou satisfatória, pois, a partir do ensino entre culturas, abriu caminhos para o desenvolvimento da escrita dos alunos em diálogo com suas línguas maternas.
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