Fazendo Género Heteronormativo no Jardim de Infância
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.27013Resumo
Desconstruindo a negatividade que pesa sobre a infância e a idealização das crianças como seres assexuados, socialmente ignorantes e inocentes, coloca-se em diálogo Sociologia da Infância, Estudos de Género e Ciências da Educação para propor o seu entendimento como seres socialmente competentes que se vão fazendo meninas e meninos nas redes de relações entre pares, entretecidas por afinidades e amizades, mas também por conflitos, poderes, desigualdades e por negociações e mediações. Propõe-se ainda mobilizar as noções de heterossexualidade normativa e de interseccionalidade idade, género, classe social e etnia para um entendimento mais complexo das relações de género infantis. A análise de observações etnográficas realizadas numa sala de jardim de infância (JI) em Lisboa, atendeu: i) à genderização do espaço/atividades/materiais pela educadora e pelas crianças; ii) aos modos como as crianças “fazem género” nas suas interações. Constatou-se: uma descoincidência na genderização do espaço/materiais pela educadora e crianças; processos de (re)produção social das diferenciações entre “feminino” e “masculino” pelas crianças segundo a heterossexualidade normativa, feita por negociações, aceitações, policiamentos e exclusões entre/intra género; uma sobrecarga das condições de classe social e de etnia na produção de desigualdades de género masculino entre pares e resistências desses meninos face ao modelo de masculinidade hegemónica e heteronormativa.
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