Crianças, Género e Educação
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.27086Resumo
A sociedade ocidental que nos acolhe e na qual vivenciamos os nossos direitos e deveres cívicos apresenta-se, na atualidade, com conquistas na evolução tecnológica e digital, na crescente acessibilidade a cuidados de saúde, de educação, a melhores oportunidades de qualidade de vida, entre outras. Ao mesmo tempo, tem-se proclamado mais consciente face a questões humanitárias, travando lutas na defesa por direitos universais, de modo a que os fossos existentes sejam diminuídos, no sentido de que todos possam afirmar um papel ativo como cidadãos informados e detentores de uma voz audível e visível, de modo eficaz. A importância e a credibilidade face à primeira infância têm vindo a progredir, procurando que a cidadania seja vivida desde a mais tenra idade, alertando para a solidariedade, a tolerância, o pensamento livre e um espírito crítico enquanto valores centrais para uma sociedade equilibrada. O objeto de estudo deste trabalho foca-se nas conceções e práticas das crianças face a questões de género e às desigualdades envoltas ao seu conceito e experiência O presente artigo baseia-se num estudo etnográfico realizado com um grupo de onze crianças de uma sala de jardim de infância, com idades de quatro e cinco anos, bem como a educadora de infância do respetivo grupo, e teve como objetivo perceber de que modo a questão de estereótipos género se encontra presente na sua vida e como se reflete nos seus quotidianos e interações. O levantamento de dados foi feito com o recurso à observação, a notas e diários de campo, a entrevistas e a meios audiovisuais, como fotografias e vídeos. Esta investigação alerta para o papel da escola e dos educadores de infância e professores na veiculação de estereótipos condicionantes de pensamentos e ações, bem como para a necessidade de uma atitude reflexiva e (auto)crítica, de modo a reconduzir as práticas pedagógicas de modo mais consciente e intencional. A riqueza deste trabalho consiste na autenticidade e espontaneidade manifestas nas interações e posturas das crianças, permitindo observações e recolhas de dados genuínas. Tão importante como isso, senão mais, é a constatação de estas serem idades ideais para se educar com vista a uma cidadania ativa, uma vez que as crianças se encontram numa fase de construção de identidade, descoberta de personalidade, e posicionamento nos vários contextos sociais em que está inserida.
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