Praticar a inclusão e não apenas falar de inclusão

Autores

  • Margarida César Investigadora associada do Centre de Recherche en Psychologie Socioculturelle de l’Institut de Psychologie et Education, Université de Neuchâtel, Suíça
  • Ricardo Machado Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, & Unidade de Investigação, Educação e Desenvolvimento, Almada, Portugal
  • Cláudia Ventura Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, & Unidade de Investigação, Educação e Desenvolvimento, Almada, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25755/int.6730

Palavras-chave:

Trabalho colaborativo, Mecanismos de inter- e intra-empowerment, Trajectórias de participação ao longo da vida, Cegos, Desenvolvimento mais lento, Matemática.

Resumo

O projecto Interacção e Conhecimento (IC) tinha como principais objectivos: (1) estudar e promover as interacções sociais em cenários de educação formal; e (2) contribuir para uma educação inclusiva e intercultural (César, 2009, 2013a). Não citou apenas documentos de política educativa que instigavam os países e sistemas de ensino a subscreverem princípios da educação inclusiva (UNESCO, 1994). Desenvolveu práticas, recorrendo a mecanismos de inter-empowerment (César, 2013a) e a dinâmicas regulatórias Escola/Família (César, 2013b), promovendo a participação legítima (Lave & Wenger, 1991). Permitiu traçar trajectórias de participação ao longo da vida mais frutuosas (César, 2013a), nomeadamente para quem participava em culturas vulneráveis (César, in press) e/ou necessitava de apoios educativos e sociais especializados (César, 2014).

Assumimos um paradigma interpretativo (Denzin, 2002) e um design de investigação-acção (Mason, 2002). Os participantes são: alunos, professores/investigadores, outros agentes educativos, investigadores, observadores e avaliadores externos. Os instrumentos de recolha de dados são: observação, questionários, entrevistas, conversas informais, relatórios, recolha documental, um instrumento de avaliação de capacidades e competências e tarefas de inspiração projectiva. O tratamento de dados baseia-se numa análise de conteúdo narrativa (Clandinin & Connelly, 2000).

Os resultados centram-se em turmas onde participavam alunos cegos ou que apresentavam um desenvolvimento mais lento. Iluminam a relevância dos mecanismos de inter-empowerment e do contrato didáctico para ultrapassar barreiras à inclusão, promovendo os desempenhos matemáticos e a socialização. Ilustram como o currículo e as práticas podem constituir um veículo para a inclusão e não para a exclusão, facilitando o acesso ao sucesso escolar e social.

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Publicado

2015-04-05

Como Citar

César, M., Machado, R., & Ventura, C. (2015). Praticar a inclusão e não apenas falar de inclusão. Revista Interacções, 10(33). https://doi.org/10.25755/int.6730