Evolução do consumo de álcool em adolescentes portugueses escolarizados: beber álcool ainda estará na moda?

Autores

  • José Precioso Universidade do Minho, Instituto de Educação - Centro de Investigação em Educação
  • Cláudia Correia Universidade do Minho, Instituto de Educação - Centro de Investigação em Educação
  • Isabel Sousa Universidade do Minho, Instituto de Educação - Centro de Investigação em Educação
  • Catarina Samorinha Universidade do Porto – Instituto de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.25755/int.8777

Palavras-chave:

Consumo de álcool, Prevalência, Adolescência, Prevenção.

Resumo

Introdução: O consumo de álcool entre os jovens é um problema grave e muito prevalente, associando-se a comportamentos de risco, danos cerebrais, problemas de aprendizagem e dependência na idade adulta. Têm sido desenhadas e implementadas medidas preventivas, no entanto é necessário avaliar a sua eficácia. Nesse contexto, efetuamos este estudo que tem como objetivo: descrever a evolução do consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes portugueses escolarizados entre 1995 e 2011 e avaliar a eficácia das medidas preventivas implementadas.

Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com recurso a dados de fontes secundárias. Para caraterizar a evolução do consumo de álcool em adolescentes portugueses recorreu-se aos dados dos relatórios do Health Behaviour in School-Aged Children (HBSC), efetuados entre 1998 e 2010, para os 11, 13 e 15 anos de idade, e aos relatórios do European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs (ESPAD), efetuados entre 1995 e 2011, com jovens com idade média de 16 anos.

Resultados: Os dados dos relatórios do HBSC demonstram que entre 1998 e 2010, o consumo semanal, aos 15 anos, decresceu de 29% para 12% nos rapazes e de 9% para 6% nas raparigas. A análise dos relatórios do ESPAD demonstra que a prevalência do consumo, nos 30 dias que precederam o inquérito, aumentou dois pontos percentuais no sexo masculino entre 1995 (54%) e 2011 (56%) e, no sexo feminino, aumentou de 45% em 1995 para 50% em 2011. Entre 1995 e 2011, a prevalência de "binge drinking", nos últimos 30 dias, aumentou de 11% para 19% nas raparigas e de 18% para 27% nos rapazes.

Conclusão: Parece existir uma tendência decrescente na prevalência do consumo de álcool em ambos os sexos, aos 15 anos, mas um aumento em adolescentes do sexo feminino de 16 anos. À semelhança de outros países da União Europeia, o consumo de várias bebidas alcoólicas na mesma ocasião ("binge drinking") está a aumentar de forma apreciável em ambos os sexos. Face à gravidade deste comportamento é urgente tomar medidas preventivas, sobretudo na escola, com vista ao seu controlo.

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Publicado

2016-03-06

Como Citar

Precioso, J., Correia, C., Sousa, I., & Samorinha, C. (2016). Evolução do consumo de álcool em adolescentes portugueses escolarizados: beber álcool ainda estará na moda?. Revista Interacções, 11(39). https://doi.org/10.25755/int.8777