Execução da Decisão Europeia de Arresto de Contas no ordenamento português – Proposta de um modelo desmaterializado

Autores/as

  • Lurdes Varregoso MESQUITA Professora Auxiliar do Departamento de Direito da Universidade Portucalense. Professora Adjunta da ESTG do Instituto Politécnico do Porto. Investigadora do IJP – Instituto Jurídico Portucalense; Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3491-1921
  • Keriny BAIXO Doutoranda do Programa de Doutoramento en Xestión e Resolución de Conflitos. Menores, Familia e Xustiza Terapéutica, da Escola Internacional de Doutoramento da Universidade de Vigo https://orcid.org/0000-0001-6348-6261

Palabras clave:

Decisão europeia de arresto de conta, arresto europeu, arresto de conta bancária, cooperação judiciária civil, espaço europeu de justiça.

Resumen

A obtenção de uma Decisão Europeia de Arresto de Contas (DEAC), ao abrigo do procedimento previsto no Regulamento 655/2014, de 15 de maio, do Parlamento Europeu e do Conselho, permite que uma entidade judicial de um Estado-Membro (de origem) ordene o arresto de contas bancárias de que um devedor seja titular noutro Estado-Membro (de destino). Trata-se de um instrumento de natureza cautelar, de carácter preventivo e urgente, com efeitos executórios transfronteiriços, que visa conferir segurança às relações económicas e comerciais no espaço europeu de justiça. A execução da DEAC, cuja competência é da entidade designada por cada Estado-Membro – no caso português, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução – segue o direito interno, devendo ser célere e eficaz. No caso português, apesar de a ação executiva ser tramitada eletronicamente, assente num processo desmaterializado, a execução de uma DEAC não segue uma tramitação digital, o que aqui se critica, propondo um modelo que permita evoluir para um procedimento desmaterializado, que seja mais rápido, seguro e eficiente.

Citas

BAIXO, K., Decisão europeia de arresto de contas: uma proposta de tramitação e implementação no sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução, Tese de Mestrado, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Barcelos, 2020.

LOPES, M. M., “Breve análise ao procedimento de decisão europeia de arresto de contas bancárias”, Revista da Ordem dos Advogados, Ano 78 (Jul./Dez. 2018), pp. 791 833.

MESQUITA, L. V., O Título Executivo Europeu como Instrumento de Cooperação Judiciária Civil na União Europeia - Implicações em Espanha e Portugal, Almedina, 2012.

_____________, A (des)protecção do devedor na proposta de criação do procedimento europeu específico para o arresto de contas bancárias, in “Estudos em Homenagem ao Prof. Doutor José Lebre de Freitas”, Coimbra Editora, 2013, pp. 9991-1020.

_____________, “Tutela Cautelar no Espaço Europeu de Justiça: A Decisão Europeia de Arresto de Contas” in Solicitadoria e Ação Executiva, 2017, Vol. Estudos 5, p. 95-110.

GORIS, C. S., “The Implementation at the National Level of the Bank Account Information Mechanism under the EAPO Regulation: A Comparative Analysis”, Cuadernos Derecho Transnacional, Vol. 12, n.º 1, 2020, pp. 386-412, DOI: https://doi.org/10.20318/cdt.2020.5194.

JEULAND, E., 2019. La clef de voûte de l’espace judiciaire européen : le règlement n° 655/2014 du 15 mai 2014 créant une procédure d'ordonnance européenne de saisie conservatoire des comptes bancaires (OESC). HAL Id: hal-02025794. [Online] 19 de fevereiro de 2019. [consult. 23 de abril de 2021.] Disponível em https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-02025794.

REQUEJO ISIDRO, M., An Autonomous Notion of Periculum in Mora?, The European Association of Private International Law, 26 de novembro de 2020, https://eapil.org/2020/11/26/an-autonomous-notion-of-periculum-in-mora/.

SOUSA, M. T. de, “O Reg. 655/2014 sobre o procedimento de decisão europeia de arresto de contas”, Revista da Ordem dos Advogados, Ano 79 (Jan./Jun. 2019), pp. 189-253.

VILLA MARÍN LÓPEZ, M. L., “Harmonisation of the rules on the protective measures? The European Account Preservation Order”, in The Future of the European Law of Civil Procedure: Coordination or Harmonisation?, Fernando Gascon Inchausti, Burkhard Hess (Editores), Intersentia, 2020, pp. 111-122.

Publicado

2022-05-03

Cómo citar

Lurdes Varregoso MESQUITA, & Keriny BAIXO. (2022). Execução da Decisão Europeia de Arresto de Contas no ordenamento português – Proposta de um modelo desmaterializado. Revista Jurídica Portucalense, 120–134. Recuperado a partir de https://revistas.rcaap.pt/juridica/article/view/26605